Capítulo 1

Postado por Administração ··· Collor às 12:02

Leia na íntegra o primeiro capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Ruas de Brasília


 

17 de dezembro de 1989. O povo brasileiro está nas ruas, pintado com as cores da bandeira. Todos comemoram e festejam com muito entusiasmo. Em um imenso palco, um homem, Fernando Collor, chora de emoção, sendo agarrado de forma empolgada pelos seus companheiros de partido. Após engolir seco, Collor se dirige ao microfone e, emocionado, faz com que a população se cale.


 

Collor - (com voz chorosa) É uma grande honra para mim estar aqui com vocês comemorando, depois de anos de campanha e dedicação. Nunca imaginei que venceria essas eleições. Nunca. Isso só foi possível graças à vocês, meus eleitores queridos. E é por essa conquista, é por cerca dos 43% de votos que recebi, é por VOCÊS que vamos mudar o NOSSO país! Nós VAMOS construir um Brasil melhor e LIVRE de falcatruas. Vamos evoluir na economia, na educação, na igualdade social e até mesmo na cultura. A partir de hoje, se inicia o mandato de Fernando Collor de Mello, homem de honra que só tem a agradecer a esse povo maravilhoso pela sua vitória. E VIVA!


 

O povo volta a comemorar, mais elétrico do que anteriormente, aplaudindo o presidente. Collor desce do palco, sendo assediado por seus eleitores, sempre sorridente.


 


 

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CENA 02: Motel "Scenes of Love"


 

Com óculos escuros para não ser reconhecido, Collor dirige até o alojamento combinado no motel. Ao abrir a porta, Jucineide está deitada na cama, de lingerie e uma cara tediosa.


 


 

Collor - Desculpa a demora, meu amor. Fiz um discurso rápido pro povão e dei uma desculpa qualquer pra Rosane, mas mesmo assim demorei bastante, né?


 

Jucineide - (beijando Collor) Não tem problema, já esperei muito mais tempo pra ficar a sós com você. Mas o que importa é que você conseguiu e agora nós vamos poder ir em motéis muito mais caros do que este aqui, comemorarmos quantas vezes a gente quiser.


 

Collor - Não é bem assim, Jucineide. Infelizmente ser presidente dá um trabalho dos infernos. Mas não vou esquecer de você, vamos continuar com nossas saidinhas de vez em quando, viu?


 

Jucineide - Eu queria muito mais do que ser umas "saidinhas" pra você. E você sabe disso.


 

Collor - Nós já conversamos sobre isso, Jucineide...


 

Jucineide - Já conversamos mesmo, e eu nunca entendi por que você prefere aquela galinha de macumba do que eu. Mas ok, um dia você vai dar valor pra mim como eu mereço.


 

Collor - E eu por acaso não dou valor a você? Amantes são muito melhores do que esposas, aprenda isso. Champanhe ou vinho?


 

Jucineide - Champanhe, vinho e você todinho pra mim.


 


 

Collor e Jucineide se beijam na cama.


 


 

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CENA 03: Casa da Dinda


 

Rosane corre até seu quarto, abrindo o armário. Arranca, de lá, paletós de Collor, fuçando-os.


 


 

Rosane - Não é possível que o Collor esteja até essa hora da madrugada em um jantar comemorativo. Ele está me traindo...


 


 

Chorando, Rosane joga os paletós no chão. Fernando James entra no quarto.


 


 

Rosane - (enxugando as lágrimas) Nando, o que faz essa hora de pé?


 

Fernando - Quantas vezes eu preciso te dizer para não me tratar como criança, sua otária?


 

Rosane - Vem cá... O seu pai não te ligou?


 

Fernando - Não. Pelo visto está mordida de ciúmes, pra variar, não? Fuçando nas coisas dele... Você é ridícula, madrasta. RIDÍCULA.


 

Rosane - Eu sou esposa do seu pai e eu exijo mais respeito.


 


 

Afonso e Joaquim entram no quarto, interrompendo Rosane. Afonso abraça a madrasta com vontade.


 


 

Afonso - (cheirando o pescoço de Rosane) Não fale assim com a Rosane. Ela é uma flor.


 

Joaquim - AFONSO! Você está CANTANDO a nossa madrasta?


 

Rosane - (se desvencilhando) Está sim. Afonso e Fernando são duas pestes mal criadas.


 

Fernando - Cala a boca, retardada siliconada!


 

Joaquim - FERNANDO, PERDEU A NOÇÃO?


 

Afonso - Esse bastardinho por acaso teve noção alguma vez na vida?


 

Fernando - ANTES BASTARDO DO QUE UM VIADO DE PINTO PEQUENO!


 


 

Afonso revida com um soco. Fernando logo se recompõe e golpeia o meio-irmão. Joaquim e Rosane separam a confusão, aos berros.


 


 

Joaquim - Sinto muito pelos meus irmãos, Rosane. Mas não se preocupe. Logo o papai deve estar de volta. Ele te ama.


 

Rosane - Espero que sim... Eu seria capaz de me matar caso Collor me traísse.


 


 

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CENA 04: Sala de Estar – Casa dos Silva


 

Rafael, Madalena e Rogério se reúnem na sala para saberem o resultado da eleição.


 


 

"Muita festa e muita comemoração aqui nas ruas de Brasília. O motivo o Brasil inteiro já conhece: Fernando Collor de Mello é o novo presidente da nação. Nesse domingo os brasileiros decidiram nas urnas quem seria o primeiro presidente eleito após mais de 20 anos de ditadura no país. Collor venceu com 43% dos votos, derrotando o seu adversário, Luís Inácio Lula da Silva. É com você, Fátima."


 


 

Rafael - É, pelo jeito o "caçador de marajás" conseguiu...


 

Madalena - Você ainda vai ver como ele vai ser um presidente bom, filho. Até que enfim alguém vai trazer progresso pro nosso país.


 

Rogério - E você ainda vai ver como está profundamente enganada, mulher. Esse aí tem cara de safado, o país vai se arrepender amargamente de ter eleito ele. Mas não importa, tenho certeza que um dia o Lula será presidente e, esse sim, vai melhorar o país.


 

Madalena - Minha Nossa Senhora, como você pensa como pobre! O Lula é só mais um sem-terra que ta se metendo a político!


 

Rogério - Muito pelo contrário, eu penso grande isso sim. E é justamente por pensar grande que eu fiz a maior e melhor coisa da minha vida hoje: aproveitei os altos juros dos bancos, vendi o meu caminhão e coloquei tudo na poupança.


 

Rafael e Madalena - VENDEU O CAMINHÃO?!


 


 

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CENA 05: Flat de Lilibeth


 

Lilibeth, uma elegante mulher recheada de joias, assiste à televisão e lacrimeja.


 


 

Lilibeth - Não é possível... Esse crápula conseguiu. O Collor foi eleito. DROGA! DROGA! DROGA!


 


 

Ela tem um surto de raiva, arremessando seus vasos contra a parede e, em seguida, as cadeiras de sua mesa. Chorando de raiva, esgotada, Lilibeth se joga no sofá.


 


 

Lilibeth - O homem que destruiu a minha vida conseguiu o seu maior sonho. Que justiça há no mundo, meu Deus? Que justiça? O filho da mãe do Collor me traiu, me agrediu por dentro e por fora, arruinou a minha vida sentimental... Ele acabou comigo. Mas eu não vou deixar que ele acabe também com o Brasil. Não vou deixar a ganância dele destruir esse país. Eu vou destruir ele primeiro e não medirei esforços para isso!


 


 

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CENA 06: Sala de Reuniões - Palácio do Planalto


 

3 meses depois, e um dia após a posse de Collor...


 


 

Zélia - Você tem certeza que quer fazer isso?


 

Collor - Absoluta.


 

Zélia - Afinal, pra que serve esse tal plano econômico?


 

Collor - O plano terá como fachada a linda historinha de "deixe sua continha congeladinha com o governo e pague menos impostos, trabalhe menos e ajude o país a crescer e diminuir a sua inflação." Demais, né?


 

Zélia - Nossa, vai ser um excelente investimento financeiro!


 

Collor - (rindo) Ai Zélia, você devia virar comediante. O Brasil que se dane minha filha, esse dinheiro vai ser pra gente mesmo. Cada centavo do povo vai pagar cada grama das carnes dos nossos churrascos...


 

Zélia - Collor, Collor... E se tudo der errado? Milhões de pessoas votaram em você acreditando nas suas promessas...


 

Collor – Relaxa, Zélia. Não tem como dar errado, são só 18 meses. O povão aguenta, você vai ver.


 


 

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CENA 07: Hall da Casa da Dinda


 

Joaquim chega acompanhado de Luciana, que entra com um sorriso tímido.


 


 

Joaquim - Quando no casarmos, essa mansão também será sua!


 


 

Afonso desce as escadas, preparado para sair. Ao se deparar com Luciana, para no meio da escada. Os dois se olham intensamente, encantados.


 


 

Afonso - (sorrindo) Luciana?!


 

Luciana - Afonso! Gente, esse mundo é um ovo! Nunca imaginei que você fosse o irmão do Joaquim.


 

Afonso - Sou eu sim! Eu nunca imaginei te reencontrar.


 


 

Eles se abraçam.


 


 

Joaquim - Vocês se conhecem?


 

Luciana - Eu e o Afonso estudávamos juntos. Éramos namorados! A gente aprontava cada uma!


 

Joaquim - NÃO ACREDITO! MAIS UMA NAMORADA MINHA QUE O AFONSO VAI ROUBAR! MAIS UMA!


 

Luciana - Joaquim, o que significa isso?


 

Joaquim - VAI LOGO SE DEITAR COM ELE! VAI, TÁ MORRENDO DE VONTADE, NÉ?


 

Afonso - Eu e a Luciana não nos vemos há uns dez anos! Deixa de paranóia!


 

Luciana - Eu odeio gente ciumenta. ODEIO. Se você não suporta nem historinhas de minha adolescência, me esquece então.


 

Joaquim - Não, não, me desculpe... Eu te amo. Esquece isso, foi um descontrole meu.


 

Luciana - Eu também te amo, mas essa não é a primeira vez que você dá um desses seus surtos de ciúmes.


 

Joaquim - Me desculpa amor. Prometo que não faço mais isso, foi por impulso.


 


 

Luciana sorri e eles se beijam. Afonso lança um sorriso malicioso.


 


 

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CENA 08: Varanda da Casa dos Silva


 

Ao amanhecer, Rogério pega a sua caneca de café e se senta em uma cadeira de balanço na varanda da casa. Abre o jornal e se depara com a seguinte manchete:


 


 

"PLANO COLLOR CONGELA CONTAS BANCÁRIAS"


 


 

Ao começar a ler cada letra da matéria, Rogério começa a suar frio e vê que o investimento que deixaria sua família em melhores condições acabava de ir por água abaixo. A caneca de café cai no chão e se espatifa. "E agora meu Deus, o que é que eu vou fazer depois dessa? Acabei de arruinar a minha família!" Rogério começa a pensar em sua família tendo que contar as moedas da mendigação. "É tudo por minha culpa, é tudo culpa dessa minha maldita ganância!" A sua visão se embaraça, a falta de ar se torna imensa, o seu estômago revira. Rogério tem um ataque cardíaco fulminante, desmaiando.


 


 

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CENA 09: Casa da Dinda


 

6 meses depois...


 


 

Collor e Rosane dão espiadelas pela janela, vendo rebeldes ao governo protestando em alto e bom som "FORA COLLOR!"


 


 

Rosane - Amor, estou com medo! Não sei do que eles são capazes...


 

Collor - Esse bando de revoltadinhos aí não é capaz de absolutamente NADA.


 

Rosane - Eles são o povo que VOCÊ governa.


 

Collor - Já estão me esgotando a paciência... Escuta, Paulo César, será que eu preciso desenhar? TOME LOGO UMA ATITUDE!


 

Paulo César - Sim, patrãozote idolatrado, já mandei os seguranças barrá-los! Já liguei para a polícia e ela já está contendo os rebeldes! O que mais quer que eu faça? Peça ajuda de Jesus Cristo?


 

Collor - Dê ordem de fogo.


 

Rosane - (assustada) Collor! Isso é muito radical!


 

Collor - DANE-SE! EU MANDO NESSE PAÍS! QUEM ESTÁ INSATISFEITO, MORRA!


 

Rosane - Não vou permitir que você faça isso, porque isso é tudo culpa SUA. Isso tudo é fruto de todas as suas falcatruas em apenas seis meses de governo. Enquanto você não mudar para melhor e ser digno, o país continuará te perseguindo até arrancarem a sua cabeça!


 

Collor - CALA A BOCA!


 


 

O presidente desce um tabefe na esposa.


 


 

Collor - EU NÃO TE SUPORTO! EXIJO o divórcio!


 


 

Rosane se levanta, irritada.


 


 

Rosane – Se separe de mim e eu conto todos os seus podres. O que acha? Bom negócio, não?


 

Collor - Está me desafiando? Está testando a minha autoridade? VOU DAR O CORRETIVO QUE MERECE, VAGABUNDA!


 


 

Collor espanca Rosane com força. Paulo César sai de fininho, assustado.


 


 

Rosane - (chorando aos berros) PARA, COLLOR! EU TE AMO! NÃO FAZ ISSO COMIGO!


 


 

Depois de surrá-la, ele a pega pelo cabelo e vai subindo as escadas, até trancá-la no quarto. Rosane chora, sofrendo no chão.


 


 

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CENA 10: Cemitério "Campo da Esperança"


 

Rafael - Tudo aconteceu rápido demais. Papai não merecia uma morte assim, sofrendo meses naquela cama de hospital.


 

Madalena - O que acabou com ele foi aquele péssimo investimento financeiro que fez. Coitadinho dele, achou que aquilo daria certo...


 

Rafael - Aquilo realmente daria certo se não fosse aquele maldito plano que o Collor fez. Foi ele mãe, foi o Collor que matou o meu pai. Desde que o pai ficou sabendo do plano, ele foi morrendo aos poucos.


 

Madalena - Não diga isso Rafael. Não se pode culpar alguém por uma coisa que essa pessoa não fez.


 

Rafael - Ele fez, mãe. Ele matou o meu pai. Mas isso não vai ficar assim, ele não morreu em vão. Eu vou arruinar a carreira daquele desgraçado.


 

Madalena - Rafael, meu filho. Não comece com esse seu desejo de querer fazer justiça com as próprias mãos. Isso só dá certo nas novelas, desista.


 

Rafael - Você vai ver mãe. Eu vou fazer isso agora.


 

Madalena - Raf...


 


 

Ela tenta impedir, mas Rafael enxuga as lágrimas rapidamente e dirige em direção à Casa da Dinda.


 


 

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CENA 11: Jardins internos da Casa da Dinda


 

Luciana e Joaquim caminham pelos jardins, abraçados.


 


 

Joaquim - Aqui estamos longe daquela confusão. Esses jardins são imensos e contêm lindas rosas para aromatizar o nosso romance.


 

Luciana - (rindo) Hum, que garoto mais romântico! Mas confesso que fiquei muito assustada com aquela algazarra.


 

Joaquim - Revoltas políticas... Meu pai não presta. Logo será tirado do poder.


 

Luciana - Espero, porque quero que nosso casamento seja bem pacífico!


 


 

Paulo César surge correndo, aos tropeços.


 


 

Paulo - Afonso, Afonso!


 

Joaquim - Paulo, eu sou o Joaquim.


 

Paulo - Ah, claro... Filhote do patrãozote, o seu pai bateu na Rosana! Rosane? SEI LÁ!


 

Joaquim - O quê? Meu pai fez isso? Espere aqui, Luciana, preciso acabar com essa palhaçada!


 

Luciana - Que barbaridade!


 


 

Joaquim sai correndo e Paulo se retira. Afonso surge no local e abraça a ex-namorada por trás.


 


 

Luciana - (espantada) Afonso, você me deu um calafrio...


 

Afonso - Medo de mim? Não sou nenhum bicho papão!


 

Luciana - Na nossa juventude, era um galinha, e eu lembro muito bem!


 

Afonso - Isso é passado. Eu mudei completamente. Pra melhor.


 

Luciana - Mas o seu charme não mudou.


 


 

Luciana fica vermelha e os dois se olham profundamente. Afonso lasca-lhe um beijão.


 


 

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CENA 12: Jardins externos da Casa da Dinda


 

Pedro e Thereza chegam à Casa da Dinda e estranham o aglomerado de pessoas em frente à mansão.


 


 

Thereza - O que está acontecendo aqui?


 

Pedro - Pelo jeito, todos acordaram para a vida e vieram reclamar com o grande responsável por tudo isso.


 

Thereza - A gente não vai sair do carro não, né? Deus me livre ficar no meio desse povão todo! Você esqueceu que eu tenho demofobia, amorzinho?


 


 

Enquanto Pedro tenta convencer Thereza a sair do carro, Rafael estaciona o carro em um terreno baldio qualquer e caminha furiosamente para a Casa da Dinda.


 

De longe, dentro de um carro escuro blindado, Jucineide espera Collor. Ela observa Rafael caminhando em direção à multidão. Sem perceber, dá um sorriso discreto, admirada.


 


 

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CENA 13: Saída alternativa da Casa da Dinda


 

Collor, acompanhado de seguranças, abre a porta da saída secreta. Rafael chega no momento e o encara.


 


 

Collor - É um daqueles rebeldes? Ou é da imprensa? Seja lá quem for, saia imediatamente do meu caminho!


 

Rafael - Eu não sou um daqueles rebeldes e nem sou da imprensa. Mas mesmo assim não vou permitir que passe sem antes ouvir o que tenho para lhe dizer.


 

Collor - Já entendi. É de um partido opositor e veio aqui oferecer espionagem. Não preciso disso, garoto.


 

Rafael - (botando as mãos no braço de Collor) Você arruinou a minha vida. O seu "Plano Collor" para lucro próprio fez meu pai falir e morrer. Agora, eu e minha mãe estamos zerados. Mal temos para onde ir.


 

Collor - Legal, hein? Escreve um livro com a história que depois eu autografo!


 

Rafael - Eu VOU descobrir cada podre seu, um a um, e vou mandar você para a cadeia, numa cela imunda, que é o seu lugar.


 

Collor - Mas que atrevimento é esse?! Seguranças, deem um trato nesse bandidinho!


 


 

Os seguranças se aproximam dele, mas no instante, Thereza e Pedro surgem.


 


 

Thereza - Você não vai fazer absolutamente nada contra o bofe. E não é só porque gostei da bunda dele. Esse rapaz está corretíssimo.


 

Collor - Chegou a palhaça de circo, acompanhada da ovelha negra! Saiam da minha frente!


 


 

O presidente força a passagem e se dirige ao carro onde Jucineide o espera.


 


 

Thereza - Gostei do seu desejo de vingança, rapaz. É de sentimentos ruins como esse que precisamos para desfortalecer Collor. O que acha, Pedro?


 

Pedro - Tudo o que você planeja sempre dá certo, meu amor. Conte-nos toda a sua história e nós iremos nos unir em um grande plano contra Collor.


 


 

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CENA 14: Motel "Lust & Love"


 

Collor leva Jucineide ao motel mais luxuoso e caro da cidade. Atrás deles, um carro os segue sorrateiramente.


 

Após entrarem no motel, o carro que os seguia estaciona do lado de fora e apenas espera.


 

Jucineide fica maravilhada com o quarto, caindo de costas na enorme cama e vendo sua imagem refletir no espelho do teto.


 


 

Jucineide – Isso sim que é motel que se preze pra uma rainha como eu!


 

Collor – (em cima de Jucineide, beijando-a) Isso é muito pouco diante de tudo que você merece, gostosa.


 

Jucineide – (com tom de deboche) Ah é? Se eu sou gostosa e mereço muito mais, por que eu não sou sua esposa?


 

Collor – Você sabe que o meu casamento com a Rosane é de fachada, por pura aparência. Se eu me separar daquela lesada, os brasileiros vão me apedrejar mais ainda. Fora que hoje a vagabunda ainda me ameaçou...


 

Jucineide - Pois eu NÃO permito que o MEU homem esteja nas garras daquele resto de aborto! O zelo excessivo daquela mosca morta por você me dá NOJO!


 

Collor – (começando a tirar o vestido de Jucineide) Você é muito mais gostosa e muito mais carinhosa do que ela. Vem aqui que eu vou te...


 


 

A porta do quarto é aberta com brutalidade. Por trás dela, revela-se Lilibeth, com olhos em chamas e uma arma na mão.


 


 

Lilibeth - É hoje que a palhaçada chega ao fim, Collor. Eu vou ACABAR com você para todo o sempre por todo o mal que me causou durante nosso casamento. E essa vagabunda com quem você me traiu por tanto tempo irá junto com você. Olha que fofo! O casal de vigaristas vai arder nas chamas do INFERNO!


 


 

Lilibeth gargalha. Collor e Jucineide ficam espantados. Quando o presidente se levanta, prestes a reagir, a cena foca em Lilibeth de frente, disparando um tiro. A tela se congela.


 

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