Capítulo 5

Postado por Administração ··· Collor às 01:47

Leia na íntegra o quinto capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Apartamento de Jucineide


 

Jucineide encara o amado. Sua expressão torna-se raivosa e ela lacrimeja de ódio.


 


 

Jucineide - Eu não vou permitir que você me abandone depois de tudo o que fiz por você. Depois de tudo o que passamos juntos.


 

Collor - E vai fazer o quê? Se toca, Jucineide! Nosso caso está encerrado e ponto. Entenda, apesar desse momento de raiva, eu gosto de você, mas não posso prosseguir com isso... Não me obrigue a ter que tomar providências para te afastar de mim à força.


 

Jucineide - É você quem está me obrigando a ter você nas minhas mãos à força, Collor.


 

Collor - Você está me ameaçando, sua ordinária?!


 

Jucineide - Estou. Se você me abandonar, EU contarei tudo à imprensa, eu mesma. Não só sobre o nosso caso, fofo! Vou contar cada podre seu, cada falcatrua, cada corrup...


 

Collor - (irritado) CHEGA! Basta, Jucineide, basta. Você não vale nada mesmo...


 

Jucineide - E você vale?


 


 

Eles se aproximam um do outro.


 


 

Collor - Acho que é por isso que combinamos tanto. Sabe que eu até não quero te largar? Você é muito gostosa...


 

Jucineide - Não sabe como fico feliz de ouvir isso.


 


 

E se beijam ardentemente.


 


 

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CENA 02: Casa de Thereza e Pedro


 

Pedro e Thereza assistem a entrevista, boquiabertos com a atitude de Leda


 


 

Thereza - O que é isso gente, que velhota gagá mais abusada é essa?


 

Pedro - Eu não acredito, ela foi capaz de fazer isso COMIGO! Com o seu próprio filho!


 

Thereza - Era a nossa chance de desmascarar de vez o sem vergonha do Collor, mas ela fez isso de propósito.


 

Pedro - Inferno, agora temos mais esse problema... Enquanto isso, aquele lá consegue tempo no poder, roubando cada vez mais.


 

Thereza - Ahhhh, meu bebê, não fica assim não, vai. Deve ter algum jeito de a gente desmentir essa história da Leda...


 

Pedro - O único jeito é provando a minha sanidade mental perante a justiça. Temos que fazer isso o mais rápido possível, ou daremos a vitória de mão beijada para o Collor.


 


 

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CENA 03: Ruas de Brasília


 

Rafael dirige para sua humilde casa, enquanto Rosane olha pela janela, tímida. Ela arrisca uma palavra.


 


 

Rosane - Rafael, sobre aquela pegada que aconteceu... Se eu fui impulsiva e oferecida, por favor, esqueça. Foi pura fragilidade.


 

Rafael - (sorrindo) Eu não fui impulsivo e nem oferecido, mas adorei. Estou completamente encantado por você, Rosane.


 

Rosane - Eu sou casada!


 

Rafael - Com um canalha que não te merece. Pare de sofrer por aquele crápula...


 

Rosane - Confesso que o Collor nunca me despertou o fogo que você conseguiu. Mas não é fogo de tesão. É muito mais do que isso.


 

Rafael - Uma paixão?


 

Rosane - Ai, eu não sei dizer! Eu só sei que a cada beijo que você me dava eu me sentia cada vez mais nas nuvens. Cada vez mais solta, mais feliz... Só que ao mesmo tempo não é correto, já que...


 


 

Rafael estaciona o carro e interrompe a fala da protagonista com um beijo ardente. Ela cede e os dois vão para o banco de trás, agarrando-se e despindo-se.


 


 

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CENA 04: Casa de Rosinete


 

A campainha toca e Rosinete se desespera, vestida de noiva. Ela corre até a porta, abrindo-a. O sorriso de Michael se desmancha ao deparar-se com a namorada vestida de noiva.


 


 

Michael - O que significa isso?


 

Rosinete - Aleluia chegou. É o vestido do nosso casamento!


 

Michael - Ai meu Deus... Você não acha muito cedo pra tomar decisões como compra de um vestido?


 

Rosinete - Ih moreco, se atualiza! Hoje em dia homem heterossexual tá em falta no mercado e a disputa é enorme! Ainda mais gostoso como você. Agora que agarrei um cara perfeito, não tenho pressa nenhuma para que ele seja só meu.


 

Michael - (fala baixo) Você é uma noiva ou um carrapato preto?


 

Rosinete - O que você disse? ESTÁ INFELIZ?! Já sei, não me ama! SÓ PORQUE SOU PRETA!


 

Michael - Ah, eu perguntei com que dinheiro você comprou esse lindo vestido de noiva. É óbvio que estou muito feliz, meu amor!


 

Rosinete - Essa pergunta é ridícula, Mimi. Óbvio que foi o mais bonito e caro da loja, e é mais óbvio ainda que você quem vai pagar!


 

Michael - (assustado) Eu?!


 

Rosinete - Sim, mas não se espanta! Eu fiz em parcelas!


 

Michael - Ajuda muito...


 

Rosinete - Agora, vai pra casa.


 

Michael - Nós não iamos transar hoje, Rosinete?


 

Rosinete - Olha o respeito, garoto! Sexo só depois do casamento! Comigo é assim: se não casa, não lasca!


 


 

Michael fica emburrado e vai embora. Rosinete ri.


 


 

Rosinete - Esse macho eu agarro à unha!


 


 

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CENA 05: Quarto de Joaquim


 

Joaquim está em sua cama, pensativo e arrasado. Afonso entra no quarto e começa com as provocações


 


 

Afonso - Sabe o que foi mais gostoso naquela tarde, Joaquim? Foi que enquanto a gente transava, a Luciana gemia e sussurrava nos meus ouvidos: "Você é bem melhor que ele". Caramba, você anda fraco, hein?


 

Joaquim - (se levanta) Como é que é, seu idiota?


 

Afonso - Com quantas posições vocês já tinham tentado, Joaquim? Acho que eu e ela fizemos o Kama Sutra in-tei-ri-nho de uma só vez, acredita?


 

Joaquim - (empurrando Afonso) NÃO ME PROVOQUE, OU TE ARREBENTO!


 

Fernando James - Ai ai ai... Deixa de ser trouxa, Joaquim. Ta na cara que o Afonso nem encostou a mão naquela biscate.


 

Afonso - Ô pirralho, não se mete onde não foi chamado. Vaza daqui!


 

Fernando James - Tsc tsc tsc... O corno e o viado, parece até mesmo aquelas historinhas infantis. (a campainha toca) Vou atender a porta, tenho mais o que fazer.


 


 

Ao abrir a porta, Murilo pergunta para Fernando James se pode falar com Rosane.


 


 

Fernando James - A Rosane?! Ah, essa aí deve estar revirando o lixo uma hora dessas...


 

Murilo - Oi?


 

Fernando James - Ela fugiu de casa depois de ter sido espancada.


 

Murilo - Espancada?! Como ass...


 


 

Fernando James fecha a porta na cara de Murilo. Em uma das salas, Collor observa a cena e estranha a presença de Murilo por lá.


 


 

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CENA 06: Kubitschek Plaza Hotel


 

Leda atende a porta e se depara com quem menos esperava: Pedro e Thereza.


 


 

Leda - Como vocês conseguiram entrar sem o porteiro me avisar? O que estão fazendo aqui?


 

Pedro - (furioso) Você passou dos limites dessa vez. Quem você acha que é pra poder ir inventando coisas sobre mim em rede nacional? Tem ideia do que você fez?


 

Leda - Nada além de pura verdade. Você tem problemas, Pedro. Aliás, você É um problema. Um problema que eu tive que aturar a vida inteira. Mas o seu irmão não, ele não te pariu e não merece ter um treco como você de encosto, pra ficar enchendo o saco e atrapalhando ele justamente em um momento tão brilhante de sua vida. Pare de caluniar o seu irmão, ou eu vou tornar a sua vida e a dessa perua rameira um verdadeiro inferno. Anote o que eu estou dizendo!


 

Thereza - Não, espera aí. Você quer me dizer que o problemático da história é o Pedro? Quem tem problema aqui é você, sua velha ignorante. O Pedro só está fazendo o bem para o Collor e para toda a população brasileira. Você sempre mimou ele demais, por isso que ele é tão criança hoje em dia. Se não existe irmão pior que o Pedro, não existe mãe pior do que você, que é capaz até mesmo de mentir pra favorecer aquele canalha. (abrindo a bolsa e pegando algumas notas) Tudo por causa do dinheiro, não é?! Pois então toma o seu dinheiro (socando as notas na boca de Leda) Você sim que é uma prostituta, vendeu-se por um trocado qualquer.


 

Pedro - Não tenho mais nada a dizer, a Thereza disse tudo. Depois de hoje, eu é que vou tornar a vida do Collor um verdadeiro inferno. Anote isso!


 


 

Os dois vão embora, deixando Leda transtornada.


 


 

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CENA 07: Apartamento de Jucineide


 

Murilo chega ao apartamento com uma sacola de livros. Jucineide, recuperada da discussão com Collor, se aproxima do irmão.


 


 

Jucineide - Que milagre! A praguinha resolveu estudar. Disposto a passar no vestibular, maninho? Acho melhor você desistir. Não é índio nem torrado pra ganhar cota.


 


 

A vilã arranca a sacola das mãos do irmão. Ao abrir, depara-se com imagens de mulheres nuas. Ela joga a sacola novamente nos braços de Murilo.


 


 

Jucineide - Você não tem futuro, Murilo... Pega essas porcarias e vai logo pro banheiro. Logo eu venço a guerra e você não receberá nenhum tipo de ajuda de minha parte.


 

Murilo - O Collor te perdoou?


 

Jucineide - Tive que forçar esse perdão, mas sinto que o Collor está na palma de minhas mãos.


 

Murilo - Bom saber disso, porque eu tenho uma novidade quentíssima! A Rosane fugiu de casa.


 


 

Jucineide sorri venenosamente.


 


 

Jucineide - Interessante... Ligue AGORA para o celular da songa monga sem peitos. Quero que descubra onde ela está.


 


 

Murilo obedece, pegando o telefone e discando.


 


 

Murilo - Alô? Rosane, fiquei sabendo que você fugiu de casa! Sua voz está trêmula, o que houve? Você está cansada? Ah, não pode falar agora? Tudo bem, nós podemos marcar um encontro. Perfeito. Sim, perfeito para mim. Aí você me conta tudo!


 


 

Ele desliga.


 


 

Jucineide - Esquisito. Nesse angu tem caroço, e eu vou descobrir na marra!


 


 

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CENA 08: Iate Clube de Brasília


 

Carlos - Elizabeth! Elizabeth! Elizabeth!


 


 

Lilibeth olha para trás e vê Carlos correndo em sua direção com um buquê de rosas.


 


 

Lilibeth - Mas que palhaçada é essa aqui? Você também trabalha em algum programa de pegadinhas?


 

Carlos - Han... É que... Elizabeth, eu tenho algo muito importante pra te dizer.


 

Lilibeth - Cada minuto que eu perco com você é cada minuto que eu perco na sala de massagem...


 

Carlos - (se ajoelha e oferece as flores para Lilibeth) Elizabeth, desde que eu te conheci, meu coração bate mais forte por você. Eu te amo, você é tudo que eu preciso pra minha vida ser completa.


 


 

Ela fica pasma e olhando pra cara dele, de boca aberta. Tenta segurar, mas não resiste e ri na sua cara.


 


 

Lilibeth - (rindo) Você só pode estar brincando, né?


 

Carlos - (sem graça) Han... É pura verdade, eu te amo!


 

Lilibeth - Garoto, se enxerga... Você é um partidão, tem bufunfa e tudo mais. Só que quem está apaixonada aqui sou eu. Eu AMO o Rafael e tenho certeza que ele irá corresponder esse meu amor muito mais cedo do que eu imaginava. Agora, com licença, o massagista está me esperando.


 


 

Dando as costas para ele, Lilibeth caminha para dentro do clube. Carlos continua ajoelhado, arrasado.


 


 

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CENA 09: Gabinete Presidencial


 

PCF entra furtivamente no gabinete de Collor.


 


 

Paulo - Ufa, o patrãozote não está e a barra tá limpa!


 


 

Ele dirige-se até as gavetas do escritório, remexendo em tudo. Depois de tempos de procura, abre uma pasta e sorri ao se deparar com alguns documentos.


 


 

Paulo - Aqui está.


 


 

Paulo tira uma pequena agenda do bolso e copia algumas informações.


 


 

Paulo - Coitada da Rosana... Será presa injustamente! Mas o que eu não faço por dinheiro?


 


 

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CENA 10: Hotel Maksoud Plaza


 

De dentro do carro, Thereza e Pedro observam a movimentação dos jornalistas e repórteres na frente do hotel.


 


 

Pedro - E se eles não acreditarem em mim? Todo nosso plano vai pro buraco...


 

Thereza - Não fique nervoso, vai dar tudo certo. Você vai arrasar, amorzinho.


 

Pedro - O que seria da minha vida sem você, hein, Thereza? Você é o meu alicerce, minha áurea. Por que você não me ama?


 

Thereza - O amor pode ser representado de várias formas, Pedro. Eu te amo, mas não como você quer que eu te ame. Está na hora, vamos entrar.


 


 

Saindo do carro, os dois caminham de mãos dadas para dentro do hotel.


 


 

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CENA 11: Casa dos Silva


 

Rafael estaciona o carro em frente à casa. Antes de saírem do carro, Rosane e o herói se olham apaixonadamente.


 


 

Rosane - Foi lindo, Rafael. Maravilhoso. Muito obrigada por ser tão perfeito.


 

Rafael - Eu é quem tenho que agradecer por ter conhecido você. Nunca nenhuma mulher balançou meu coração desse jeito.


 

Rosane - E nunca nenhum homem me deixou perdidamente apaixonada como estou por você. Nem mesmo o Collor me dá essa pureza... Ele me dá é loucura.


 


 

Rafael se espanta com as palavras. Os dois se beijam demoradamente, mas depois, finalmente saem do carro, entrando na casa. No interior da mesma, Madalena ouve barulho de porta e corre para a sala.


 


 

Madalena - Filho, você me matou de preocupação! Onde é que você estava?


 


 

Ela cala a boca ao se deparar com Rosane, que baixa o olhar.


 


 

Madalena - Jesus Cristo... Você é Rosane Collor! A Primeira Dama! O que está acontecendo aqui, Rafael?


 


 

Os três se olham.


 


 

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CENA 12: Sala de Estar - Casa da Dinda


 

Collor entra na sala, procurando um livro, enquanto Fernando James está jogando videogame.


 


 

Fernando James - E aí, corninho.


 

Collor - O quê?


 

Fernando James - É isso mesmo: corno, corninho, cornão. Não sabe nem mesmo segurar a mulher, que frouxo...


 

Collor - Do que é que você está falando?


 

Fernando James - Minhas palavras valem ouro...


 

Collor - (dando uma nota de 5.000 cruzeiros) Conta.


 

Fernando James - Eu ia andando na rua quando vi a Rosane no carro com... ah, sabe aquele marginalzinho que queria tirar satisfações com você aqui em casa? Então, pelo jeito ele e a galinha da Rosane estão se entendendo muito bem viu, porque aquele beijo foi digno de novela das 8...


 


 

Collor fica chocado. Ele sabia exatamente de quem Fernando James estava falando: Rafael.


 

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