Capítulo 6

Postado por Administração ··· Collor às 12:47

Leia na íntegra o sexto capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Sala de Estar - Casa da Dinda


 

Collor - Como é que é, moleque? Você tem certeza?


 

Fernando James - Absoluta. Os dois se beijavam como se estivessem em uma cama de motel, sem vergonha nenhuma.


 

Collor - Desgraçada... Como aquela vagabunda teve coragem de fazer isso?


 

Fernando James - Se ela não voltou até agora pra casa, é porque o dele deve ser maior que o seu, né papai?


 

Collor - (ignorando) Ela não podia ter feito isso... NÃO COMIGO! Vaca dos infernos. Eu vou ACABAR com aquele marginalzinho. E junto, eu vou acabo com ela. Ela podia ter feito TUDO comigo, menos me trair. Eles vão me pagar caro por isso...


 


 

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CENA 02: Casa dos Silva


 

Madalena olha para Rosane, transtornada.


 


 

Madalena - Em que confusão você se meteu agora, garoto?


 

Rafael - Estou salvado a Rosane das mãos do canalha do Collor. Rosane, essa é minha mãe, Madalena Silva.


 

Madalena - Ah, não acredito... Escute, Rosane; lamento muito pelo meu filho, ele é um imaturo irresponsável e...


 

Rosane - (interrompendo Madalena) Eu e o Rafael estamos juntos, dona Madalena.


 

Madalena e Rafael - (ao mesmo tempo) Juntos?!


 

Rosane - O Collor não me merece e o Rafael conseguiu abrir meus olhos. Conseguiu fazer com que eu descobrisse o verdadeiro amor e parasse de pensar no Collor, que só sabia me humilhar, me espancar e me pisotear. Eu fugi de casa depois de uma série de brigas e descobertas, e o Rafael está disposto a me acolher.


 

Madalena - Garoto retardado! Você não tem noção da encrenca que está arrumando? Logo o presidente bota fogo na nossa casa e tira a esposa dele daqui à força. Com razão!


 

Rosane - Dona Madalena, eu quero ficar! Ninguém está me induzindo a nada! Eu estou apaixonada pelo Rafael. Apaixonadíssima.


 

Madalena - O meu filho cometendo esse tipo de atitude... Usando de sua sedução para atacar a esposa do presidente...


 

Rafael - Basta, mãe. A Rosane foi bem clara. Nós nos amamos e ficaremos juntos. O Collor nada poderá fazer para impedir!


 

Madalena - Então está bem. Mas não contem comigo nessa roubada, porque quando a coisa ficar preta, eu quero que vocês se explodam! Retardados!


 


 

Madalena se tranca no quarto, irritada, e os dois se beijam profundamente.


 


 

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CENA 03: Hotel Maksoud Plaza


 

Dentro da sala de reuniões, Pedro mostra a papelada que comprova a sua sanidade mental para deputados, médicos e políticos. A imprensa registra tudo, fazendo perguntas para saber se o irmão do presidente realmente era ou não louco. Um dos repórteres que fazia a cobertura não estava prestando atenção no irmão do presidente, mas sim na cunhadinha do presidente:


 


 

Matheus - Pelo amor de Deus, que gostosura é essa!


 

Ex - O quê?


 

Matheus - Olha lá, sentada naquela cadeira ali. Eu nunca pensei que o Collor tivesse uma cunhada tão tesuda como essa!


 

Ex - Nossa, eu faria loucuras com aquelas coxas na minha cama...


 


 

A notícia se espalha entre repórteres e deputados. O assunto muda completamente, não interessava mais a sanidade mental de Pedro. Mas sim as coxas de Thereza Collor, que agora estava dando entrevista e posando para dezenas de fotos.


 


 

Thereza - Altura? 1,79... Busto? 88 cm... Cintura? 60 cm...


 

Matheus - Idade?


 

Thereza - IDADE?! Meu filho, isso lá é coisa que se pergunte pra alguma mulher?!


 


 

Começa uma confusão entre Thereza e os repórteres, em meio a mais e mais flashes. Pedro observa a cena de longe, inconformado.


 


 

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CENA 04: Apartamento de Luciana


 

Luciana, deitada no sofá, admira uma foto sua com Joaquim, lacrimejando. A campainha toca e ela abre a porta, deparando-se com Afonso.


 


 

Luciana - Eu pensei ter sido bem clara. Não quero mais você na minha vida, seu cachorro.


 

Afonso - No fundo, você me quer.


 

Luciana - Não sou uma das vagabundas que você costuma pegar não, Afonso. Saia da minha vida. Você já me atrapalhou o suficiente.


 


 

Afonso se aproxima dela, colando seus corpos.


 


 

Afonso - (falando baixo em seu ouvido e abraçando sua cintura) Olha como eu sou forte... Olha como a minha boca é gostosa... Sente só a minha pegada deliciosa...


 

Luciana - Para, Afonso, para!


 

Afonso - Eu te quero, Luciana. Mais do que tudo.


 

Luciana - Me larga...


 


 

Quando Luciana tenta empurrá-lo, ele a agarra e lasca-lhe um beijão. Ela acaba cedendo, loucamente. Os dois, agarrados e aos beijos, vão até o quarto, jogando-se na cama.


 


 

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CENA 05: Estacionamento do Palácio do Planalto


 

Rosinete vai ao encontro de Michael, que está encerando o carro do presidente.


 


 

Rosinete - Oi amorzinho!


 

Michael - Oi... Rosinete?


 

Rosinete - Vim aqui contar os detalhes do nosso casamento. Em primeiro lugar, será na maior igreja aqui de Brasília, com uma orquestra MA-RA-VI-LHO-SA. Já falei com os nossos padrinhos, já contratei a decoradora e até já comprei as nossas alianças. A minha com uma pedra de diamante 5 quilates, claro. E...


 

Michael - 5 QUILATES?! MEU DEUS DO CÉU, VOCÊ PIROU? QUEM VAI PAGAR ESSE ABSURDO?


 

Rosinete - Amoreco, estou colocando TUDO em sua conta! Isso sem contar a nossa festa de casamento, que vai contar com o melhor buffet da cidade! Ai meu príncipe, estou tããão animada com o nosso casamento, você é TUDO pra mim!


 


 

Pulando em cima de Michael, Rosinete o beija calorosamente. Os dois caem em cima do carro, estragando todo o enceramento.


 


 

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CENA 06: Cafeteria "Café Brasilis"


 

Murilo estaciona o carro em frente ao local. Ele sai do carro e entra, deparando-se com Rosane e Rafael esperando-lhe em uma mesa.


 


 

Rafael - Muito prazer. Eu sou Rafael Silva.


 

Murilo - Eu sou Murilo Bra... Murilo Brasil.


 

Rafael - Sobrenome patriota, hein?


 

Rosane - O Murilo foi meu namoradinho na adolescência, imagine! Somos grandes amigos atualmente. Acho bom você saber de tudo o que está acontecendo em minha vida, Mu.


 

Murilo - Esse rapaz é seu... Namorado?


 

Rosane - Digamos que sim. Nós estamos juntos, estamos vivendo uma espécie de sentimento que não sei como explicar. Eu estou tão feliz longe daquele canalha do Collor... Mas sei que é temporário. Logo o filho da mãe vai me encontrar. Ainda mais por o Rafael ter sede de vingança contra ele. O pai dele morreu por culpa do Plano Collor.


 

Murilo - Olha, Rosane, eu estou com pressa, só queria mesmo saber se está tudo bem com você. Já tenho que ir.


 

Rosane - Ah, que pena! Pensei que poderíamos conversar mais!


 

Murilo - Infelizmente não. Mas faço questão de marcar outro encontro... Na casa onde você deve estar. Com mais calma, sem pressa.


 

Rafael - Não sei se é bom, Rosane.


 

Rosane - Rafael, o Murilo é meu amigão. Claro que podemos passar o endereço para ele.


 

Rafael - Então, tome, rapaz...


 


 

Rafael tira um bloco de notas do bolso e anota, entregando-lhe. A cena é cortada e mostra Murilo já em seu carro, falando com a irmã no celular tijolão.


 


 

Jucineide - Que endereço mais esquisito... Fica no fim do mundo!


 

Murilo - Ele tem cara de baixa renda.


 

Jucineide - Rosane tem mesmo cara de quem namora macho pobre e sujo de cimento. Muito obrigada, praguinha! Eu vou mostrar esse endereço ao Collor e marcarei mais um ponto para abocanhá-lo...


 


 

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CENA 07: Gabinete Presidencial


 

Lendo cada palavra da matéria de Carlos Fonseca à revista Veja, Collor vai ficando cada vez mais furioso.


 


 

Collor - Mas o que é isso... Quem esse jornalistazinho de merda acha que é? Cansei desse inferno, CHEGA. Se eu não acabar com isso AGORA, esses marginais, junto com a praga do meu irmão, vão ficar inventando histórias sem parar até me derrubar do poder. Mas isso não vai acontecer, eu não vou permitir. EU NÃO VOU PERMITIR.


 


 

Pegando o telefone, Collor disca furiosamente os números. Ele sabe exatamente com quem ele quer falar.


 


 

Collor - Alô? (pausa) Sim, sou eu. Eu preciso de um serviço seu pra essa noite. (pausa) Não me interessa, EU QUERO ISSO PRONTO PRA HOJE! (pausa) O nome é Carlos Fonseca, é um jornalista da revista Veja. (pausa) Já sabe, né? Discrição total, não deixe rastro algum e seja o mais silencioso possível. (pausa) Venha buscar sua recompensa amanhã. (desliga)


 


 

Ele desliga o telefone, com um sorriso maléfico no rosto. Agora ele não precisaria mais se preocupar.


 


 

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CENA 08: Casa dos Silva


 

Lilibeth estaciona seu carro em frente à humilde casa.


 


 

Lilibeth - Aposto que ele vai amar os presentinhos que comprei!


 


 

De repente, Lilibeth sai do carro, repleta de sacolas de shopping. Ela toca a campainha e é atendida por Rafael.


 


 

Lilibeth - Oi, Rafa! Sei que deve estar surpreso com a minha visita. Peguei seu endereço com a Thereza e decidi trazer lembrancinhas.


 


 

Ela cala a boca ao ir entrando e se deparar com Rosane.


 


 

Lilibeth - Rosane? O que você está fazendo aqui?


 

Rosane - Eu é quem lhe pergunto, perua irritante!


 

Lilibeth - (deixando todas as sacolas caírem) Olha aqui, sua breguinha...


 

Rafael - Podem parar, vocês duas? Eu agradeço, Lilibeth. Sente-se!


 

Lilibeth - Eu não vou ficar nem um segundo nesse ar cafona, ainda mais poluído por essa aí. Vou-me embora!


 

Rafael - Espera, Lilibeth...


 

Lilibeth - Ah, mais uma coisa... Vocês estão juntos?


 

Rosane - Estamos sim.


 


 

Irritada, ela mexe a cabeça e sai, batendo a porta com força.


 


 

Rafael - O que deu nela?


 

Rosane - Essa mulher é maluca. Vamos ver o que ela te trouxe!


 


 

Em seguida, mostra-se Lilibeth fechada no carro, chorando.


 


 

Lilibeth - Perdi um amor... Droga de vida amaldiçoada!


 


 

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CENA 09: Apartamento de Luciana


 

Luciana acorda ao lado de Afonso, nua e assustada.


 


 

Luciana - Meu Deus... Ai, o que eu fiz?


 

Afonso - (beijando seu pescoço) Finalmente fez o que queria, amor. Nós transamos.


 

Luciana - Canalha, se aproveitou de meus momentos de fraqueza, fiz sem pensar...


 

Afonso - Fraqueza? Você me pareceu bem lúcida. E tenho certeza que adorou... Esquece aquele Joaquim, Luciana. Fica comigo. Eu gosto de você de verdade e nós temos química. Confie em mim e me dê uma chance!


 

Luciana - Não consigo, eu amo o Joaquim... Mas um dia vou tirar aquele impulsivo da cabeça e, quem sabe, eu consigo me apaixonar por você, Afonso.


 

Afonso - Vou esperar ansiosamente por esse dia, porque eu te amo de verdade.


 


 

Eles se beijam novamente.


 


 

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CENA 10: Casa de Thereza e Pedro


 

Antes de abrir a porta e entrar em casa, Thereza observa os documentos do divórcio que tinha em mãos.


 


 

Thereza - Ai Senhor, será que eu estou certa do que estou fazendo? Eu não quero magoar o meu grande parceiro, mas não posso continuar com essa mentira. Não quero continuar dando falsas esperanças pra ele, de algo que nunca vai acontecer entre nós.


 


 

Abrindo a porta, Thereza entra e vai direto falar com Pedro.


 


 

Thereza - Pedro, eu tenho uma coisa muito importante pra conversar com você. Eu quero me...


 

Pedro - Nada do que você disser é mais importante do que eu tenho pra falar, Thereza. Quando eu fui fazer os exames para comprovar a minha sanidade mental, no resultado veio junto algo que eu jamais esperava encontrar. Eu estou com um câncer irreversível no cérebro, Thereza. Não tenho mais do que 3 anos de vida.


 


 

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CENA 11: Gabinete Presidencial


 

Jucineide invade o gabinete de Collor, trancando a porta.


 


 

Collor - Jucineide? Que surpresa boa!


 

Jucineide - (beijando Collor com vontade) Sempre sou uma surpresa ótima, meu amor. Sei bem disso.


 

Collor - Agora não podemos. Estou trabalhando!


 

Jucineide - Sem problemas. Também vim aqui "profissionalmente".


 

Collor - Você? Profissional? Próxima piada do dia!


 

Jucineide - Tenho algo muito valioso em mãos, fofo. Se você prefere debochar de mim mesmo assim...


 

Collor - Odeio mistério. Entregue-me logo.


 

Jucineide - (entregando-lhe um papel) Eu consegui o endereço do amantezinho de araque da songa monga, digo, da sua esposinha amada. É por ele que a Rosane está sendo abrigada. E pra melhorar ainda mais, parece que ele é um rebelde ao seu governo!


 

Collor - (furioso) Vou até lá imediatamente. Quero acabar com a raça desse filho da mãe.


 


 

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CENA 12: Flat de Lilibeth


 

Lilibeth, conversando com Carlos, está chocada.


 


 

Lilibeth - O que você está me dizendo? O Collor realmente foi capaz disso?


 

Carlos - Foi. Foi sim e eu descobri tudinho. É o fim do presidente corrupto, Lilibeth! Quando eu conseguir provar o que descobri, nós vamos tirá-lo do poder e mandá-lo direto para a cadeia.


 

Lilibeth - Não sei por que ainda fico surpresa... Aquilo lá é um monstro. Sabe, Carlos, eu posso até desprezar o seu amor, mas fico muito grata por tudo que está fazendo. Graças à você, vamos derrubar Fernando Collor de uma vez por todas.


 

Carlos - Estou apenas fazendo justiça. Eu vim aqui não só para te contar isso, mas também para te pedir um favor, Lilibeth. Eu tenho sofrido constantes ameaças de morte pela matéria que escrevi na Revista Veja. O Collor quer me apagar do mapa. Caso algo me aconteça, por favor, minha amiga... Faça o possível e o impossível para prosseguir as minhas investigações e provar o que eu lhe disse.


 

Lilibeth - Pode deixar comigo, Carlos. Eu só vou ter paz na minha vida depois que aquele crápula estiver completamente derrotado.


 


 

Após de despedirem, Carlos vai embora. Saindo do flat, ele caminha lentamente na rua deserta, indo em direção ao seu carro. 50 metros atrás, um motor é ligado na maior potência. Calculando exatamente onde acontecerá o assassinato, alguém pisa no acelerador. Com toda a fúria, o carro atropela Carlos; que cai morto no asfalto.


 

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