Capítulo 7

Postado por Administração ··· Collor às 13:52

Leia na íntegra o sétimo capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Flat de Lilibeth


 

Lilibeth - O QUÊ?! COMO ASSIM?! TEM CERTEZA QUE É ELE?! ESTOU DESCENDO IMEDIATAMENTE


 


 

Após ser avisada do atropelamento de Carlos Fonseca pelo porteiro, Lilibeth se desespera e desce de elevador.


 

Chegando à cena do crime, Lilibeth se ajoelha do lado do corpo de Carlos e não sabe direito o que fazer.


 


 

Lilibeth - (chorando) Meu Deus, o que é que... Quem fez isso com você?! Como tiveram coragem de fazer uma barbaridade dessas?! Calma querido, a ambulância já está chegando, eles vão te salvar... Inferno, a quem eu quero enganar? Ele MORREU! (pensativa) Morreu? Não, ninguém morre assim. Foi o Collor... Céus, só pode ter sido aquele desgraçado! (colocando a mão sobre a cabeça de Carlos, alisando seus cabelos) Eu não vou deixar que sua morte fique em branco. Eu farei justiça, custe o que custar. Eu vou descobrir quem fez isso.


 


 

Chorando muito e extremamente chocada, Lilibeth fecha os olhos de Carlos, enquanto suas lágrimas escorrem pelo asfalto.


 


 

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CENA 02: Casa dos Silva


 

Collor estaciona sua limusine em frente à humilde casa e sai do carro. Rosane e Rafael, que estão risonhos e aos beijos no interior da casa, se espantam com a campainha.


 


 

Rosane - Ai, não atenda... Tá tão gostoso...


 

Rafael - Pode ser algo importante, meu amor.


 


 

Rafael se levanta e vai até a porta. Abre e se espanta.


 


 

Collor - Seu ordináriozinho...


 


 

Collor dá um soco com força na cara de Rafael. Este levanta-se para tentar revidar, mas é impedido.


 


 

Rosane - (berrando) POR FAVOR, COLLOR! NÃO O MACHUQUE!


 

Collor - Sua vagabunda. Eu sempre pensei que você era uma mosca morta imprestável, mas está me parecendo muito mais saidinha do que eu imaginava. Piranha!


 

Rosane - E você, quantas vezes me traiu, canalha? Eu amo o Rafael. Nós estamos juntos e assim ficaremos.


 

Collor - Não queira medir esforços comigo.


 

Rafael - Ela não foi bem clara? Saia daqui. A Rosane ficará, pois comigo ela encontrou amor e carinho!


 

Collor - Rosane, ou você volta comigo para a mansão ou eu mando matarem esse filho da mãe.


 

Rosane - Collor... Que chantagem cruel...


 

Collor - Rafael, é isso? Pois então, Rafael... Eu não sou homem de lábia. Só usei dela para me eleger. No mais, quando eu prometo, eu CUMPRO. Ou a MINHA esposa volta comigo para casa agora, ou você pode se considerar degolado.


 


 

Sem falar mais nada, Rosane dá passos lentamente para a frente, indo ao encontro de Collor.


 


 

Rafael - Rosane... Não me decepcione desta forma...


 

Rosane - Já tomei minha decisão, Rafael. Não temos como lutar contra esse monstro.


 

Collor - É seu último aviso, garoto. Fique longe de mim e da minha mulher. Caso você volte a botar seus olhos asquerosos no que é meu... Vivo, você não fica!


 


 

Collor leva Rosane, que chora. Rafael fica inconformado.


 


 

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CENA 03: Casa de Thereza e Pedro


 

Thereza deixa a papelada do divórcio cair no chão.


 


 

Thereza - O quê?


 

Pedro - É isso mesmo, Thereza. Em 3 anos, eu vou morrer. Ou melhor, em no MÁXIMO 3 anos. Hoje a noite mesmo eu posso ter o meu último suspiro...


 

Thereza - (levando as mãos ao rosto) Não, Pedro. Isso não pode...


 

Pedro - Pode sim, Thereza. Eu jamais esperava por isso, queria que futuramente eu levasse uma vida tranquila com você em uma ilha deserta, onde não faríamos nada o dia inteiro. Mas tudo está acabado, eu não tenho tempo pra mais nada.


 

Thereza - (abraçando Pedro, enquanto chora junto com ele) Não fale assim, meu amor. Nós vamos superar tudo isso. Você vai fazer tudo o que for preciso, irá aos médicos mais competentes, fará cirurgias com tecnologia de ponta. Não vou deixar que te levem de mim, nada vai nos separar, nunca...


 


 

Pela primeira vez, Thereza e Pedro se beijam, emocionados.


 


 

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CENA 04: Casa dos Silva


 

Jucineide - Que lugar uó! Será um sacrifício entrar nesse muquifo, mas eu preciso dar um jeito de fortalecer a relação desse pobreteco com a Rosane. Só assim ela vai ficar bem longe do meu Collor.


 


 

Ela bate na porta. Porém, surpreende-se ao deparar-se com Rafael. Os dois se olham demoradamente.


 


 

Rafael - Pois não?


 

Jucineide - (sem graça) Você... Você é o namorado de Rosane Collor?


 

Rafael - Namorado, não exatamente. O que deseja comigo?


 

Jucineide - Eu... Eu não imaginava que você era tão bonito... Tão...


 

Rafael - Assim você me deixa sem jeito!


 


 

Os dois dão risada.


 


 

Jucineide - Eu sou irmã do Murilo, sabe? O amigo de juventude da Rosane que conversou com vocês há um tempo! Vim aqui porque eu sei muito sobre o Collor e nós temos muito o que conversar e planejar.


 

Rafael - Tudo o que vem do Collor me interessa. Agora que ele tirou a Rosane dos meus braços, estou mais disposto do que nunca a acabar com ele!


 

Jucineide - O que acha de sairmos para jantar hoje à noite? Eu pago, não se preocupe! No restaurante de frutos do mar Camarão Brasiliense, pode ser?


 

Rafael - Pode ser útil. Nos vemos lá.


 


 

Jucineide se aproxima de Rafael e o abraça com vontade. Ela cheira seu pescoço e ele se arrepia, deixando pintar um clima. Em seguida, despede-se dele com um beijo no rosto e sai.


 


 

Jucineide - Deus do céu, que homem gos-to-so! Esse eu TENHO que traçar, ou não consigo mais dormir!


 


 

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CENA 05: Gabinete Presidencial


 

Collor senta-se em sua cadeira, furioso. Ele abre seu paletó, bufando de raiva.


 


 

Collor - Preciso acabar com aquele marginalzinho antes que ele me traga mais problemas.


 


 

Então, pega o telefone e liga para alguém, falando com discrição.


 


 

Collor - Alô? Preciso de um serviço seu. Quero que bote fogo no casebre imundo do endereço que eu lhe darei. Não poupe ninguém! Quero todos os moradores daquele local torrados no inferno!


 


 

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CENA 06: Sala de Estar - Casa da Dinda


 

Leda está assistindo a mais um capítulo de "O Dono do Mundo" na sala, enquanto Rosane desce a escadaria com malas nas mãos.


 


 

Leda - Posso saber onde você pensa que vai?


 

Rosane - Eu cansei de viver nesse inferno. Estou indo embora. Vou pedir o divórcio e nunca mais vou ter que olhar pra sua cara e nem viver como um bicho nessa casa. Adeus, Leda Collor.


 

Leda - (trancando a porta) Você não vai a lugar nenhum, sua idiota.


 

Rosane - Saia da minha frente, ou eu serei obrigada a te machucar.


 


 

Sem hesitar, Leda dá vários tapas na cara da Primeira Dama, até que ela caia no chão.


 


 

Leda - Eu não tive tanto trabalho pra uma mimadinha de merda acabar com tudo. É hoje que você vai aprender a respeitar o seu marido.


 


 

Puxando os cabelos de Rosane com brutalidade, Leda sobe a escadaria inteira desse modo, enquanto Rosane berra por dor e implora por socorro. Afonso, Joaquim, Fernando James e os empregados observam a cena, chocados. No topo, Leda empurra a Primeira Dama até um dos quartos, trancando-a por fora. Rosane se desespera, chutando e arranhando a porta, em vão. Ela perde todas as suas forças e adormece no chão, exausta.


 


 

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CENA 07: Restaurante "Camarão Brasiliense"


 

Jucineide está sentada em uma mesa. Rafael surge e beija-lhe o rosto.


 


 

Rafael - Desculpe pela demora.


 

Jucineide - Imagina.


 

Rafael - O que você sabe sobre o Collor? Que motivos você tem para querer acabar com o maldito?


 

Jucineide - (inventando) Eu fico sem graça de dizer. Era uma garota simples, do interior... Mas o Collor, durante uma viagem de negócios, interessou-se por mim. Eu era gananciosa e acabei aceitando tornar-se a "prostituta de luxo" dele. Assim ele me manteve com dinheiro enquanto vivia aventuras fora do casamento dele com a Rosane. Então ele começou a me maltratar, tratar-me feito um boneco!


 

Rafael - Sinto muito por você. O Collor não tem limites. E você quer se aliar a mim para se vingar dele, acertei?


 

Jucineide - Exatamente. Sei da sua sede de vingança. E tem mais uma coisinha... Cuidado com essa Rosane. Ela não é nenhuma princesinha indefesa. Está se divertindo às suas custas.


 

Rafael - Como assim?


 


 

Jucineide tira um jornal da bolsa e lança sobre a mesa. Rafael abre e lê, boquiaberto.


 


 

Rafael - Mas... Mas estão acusando a Rosane de corrupção! De desvio de verba pública!


 

Jucineide - Lamento muito. Pelo pouco que conheci dela, é uma garota birrenta e mimada. Assim como o marido, não presta.


 

Rafael - Não sabe o quanto fico indignado. Eu estava me apaixonado pela Rosane! Disposto a lutar por ela!


 

Jucineide - Fomos objetivos e direto ao assunto e esquecemos de falar sobre nós, rapaz. Como é o seu nome?


 

Rafael - Rafael. E o seu?


 

Jucineide - (levantando-se) Carmem. Sabia que Rafael é um nome que me desperta um tesão avassalador?


 


 

Rafael se espanta e ela se joga em cima dele, beijando-lhe com vontade. Ele se rende aos encantos da garota, chocado.


 


 

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CENA 08: Exterior da Casa da Dinda


 

Em todos os jornais do Brasil, uma única manchete: "ROSANE COLLOR É ACUSADA DE CORRUPÇÃO". A notícia se espalha por todos os cantos e, na manhã seguinte, todos jornais de Brasília, a polícia e uma população completamente revoltada aparecem na frente da Casa da Dinda. Em meio à confusão e ao alvoroço, Leda Collor aparece e decide dar explicações.


 


 

Iago - Dona Leda, a senhora tinha conhecimento do desvio de dinheiro que Rosane Collor fazia?


 

Leda - Nada a declarar.


 

Iago - Onde está Rosane Collor nesse momento, para que ela possa se defender de todas essas acusações?


 

Leda - Rosane não está passando bem, e está nesse momento sendo atendida por um médico particular no seu quarto. Sem mais.


 


 

Ela se vira e entra na casa, enquanto uma multidão de repórteres se aglomera para tentar fazer mais perguntas e a população se revolta, gritando por justiça.


 


 

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CENA 09: Escritório de Thereza


 

Luciana, que trabalha no escritório de Thereza, recebe uma visita: é Joaquim.


 


 

Luciana - Joaquim? O que você está fazendo aqui?


 

Joaquim - Eu vim aqui para entregar-lhe seu presente. Mesmo estando separados, eu lembrei do seu aniversário. E quando ainda estávamos noivos eu já havia comprado. Aqui está.


 

Luciana - Joaquim, não há cabimento em aceitar...


 

Joaquim - Não estou te dando por generosidade. Paguei os olhos da cara por isso!


 


 

Luciana sorri, sem jeito, e abre o pacote, deparando-se com uma caixa de joias.


 


 

Luciana - (emocionada) São lindas!


 

Joaquim - Eu queria muito que você as usasse em nosso casamento. Mas comprei pra mulher errada.


 

Luciana - Me escuta! Eu te amo mais do que tudo. O Afonso armou tudo aquilo. Eu juro pela minha vida, pela minha família, por tudo que eu tenho, EU TE AMO!


 

Joaquim - Quer saber? Podem me chamar de corno manso, de fracassado, do que bem entenderem. Mas eu não sei viver sem você... E é com a intenção de reatar que eu vim te presentear. Se eu não acreditar no que você diz, quem irá? Eu te amo, Luciana! Eu PRECISO de você pra respirar! EU TE AMO!


 


 

Os dois se abraçam, emocionados, beijando-se intensamente.


 


 

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CENA 10: Casa da Dinda


 

Chegando em um carro blindado, Lilibeth observa a multidão na frente da Casa da Dinda. Ela sabe que é impossível se aglomerar no meio da multidão e invadir a casa. Ela corre em volta da mansão, procurando a entrada dos empregados. Invadindo-a, encontra Collor na sala.


 


 

Collor - Mas o quê você está fazendo aqui? Quem deixou você entrar?


 

Lilibeth - (furiosa) Ninguém deixou-me entrar aqui. (pegando Collor pelo pescoço) EU SEI COLLOR, EU SEI DE TUDO. FOI VOCÊ, NÃO FOI, DESGRAÇADO?! VOCÊ MATOU O CARLOS!


 


 

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CENA 11: Quarto de Collor e Rosane


 

Acordando no chão, Rosane sente uma forte dor de cabeça. Indo até a janela, ela observa a multidão em frente à Casa da Dinda, vendo que é a única oportunidade de sair daquele quarto. Ela tenta berrar, mas está completamente rouca. Começa então a lançar objetos contra a porta, furiosa. Leda abre a porta e encara Rosane, com ódio nos olhos.


 


 

Leda - (furiosa) O QUE É ISSO? O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, IDIOTA?


 


 

Rosane se espanta, mas não diz nada.


 


 

Leda - Cansei de você, mulherzinha imprestável. Ontem não foi suficiente pra você? Não foi suficiente eu te arrastar pelos cabelos até esse quarto?


 


 

Mostrando um enorme chicote para Rosane, ela sorri maleficamente.


 


 

Leda - Então agora você vai aprender de vez, sua retardada.


 


 

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CENA 12: Casa dos Silva


 

A escuridão predomina o local, que é modestamente iluminado. Madalena desliga a tevê após o fim da novela "O Dono do Mundo".


 


 

Madalena - (bocejando) Essa novela é um porre! Não sei nem por que ainda assisto. Agora, hora de dormir...


 


 

Ela passa verificando se todas as portas estão devidamente trancadas. Do lado de fora, um homem todo de preto (mas que só é revelado de costas pela câmera) aproxima-se furtivamente da casa, com enormes pedaços de madeira nas mãos. Depois de barrar a porta de entada, ele acende as tochas e as lança contra a casa de madeira, ateando fogo na mesma.


 


 

Madalena - (assustada) Que cheiro é esse? Tem algo queimando?


 


 

Madalena leva a mão à boca ao deparar-se com o fogo entrando pela janela.


 


 

Madalena - JESUS CRISTO!


 


 

Em questão de segundos, o fogo toma conta intensamente do local. Madalena se desespera, gritando por ajuda, tossindo e tentando sair.


 

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