Capítulo 8

Postado por Administração ··· Collor às 14:10

Leia na íntegra o oitavo capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Casa dos Silva


 

Madalena se desespera ao ver o fogo tomando conta intensamente do local. Assustada, tenta abrir a porta, mas não consegue.


 


 

Madalena – (berrando) SOCORRO! ALGUÉM ME TIRA DAQUI! TÁ PEGANDO FOGO! SOCORRO!


 


 

Chorando de desespero e medo, ela se descabela inteira. Começa a lançar objetos em direção às janelas e às portas, tentando abrir alguma barreira pela qual possa fugir. Tossindo, com dificuldades de respiração pela fumaça, Madalena desmaia.


 


 

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CENA 02: Quarto de Collor e Rosane


 

Rosane - Você não pode fazer isso...


 

Leda - Ahhh, posso sim. Você sabe que eu posso. (trancando a porta por dentro)


 

Rosane - Você não pode encostar em mim... VOCÊ NÃO VAI ENCOSTAR EM MIM!


 


 

Rosane avança com o abajur para cima dela. Leda segura Rosane e a encara com ódio.


 


 

Leda - Está tentando me desafiar, Rosane? (jogando a Primeira Dama na cama) Você nunca vai esquecer essa surra que eu vou te dar...


 


 

Leda chicoteia Rosane com força, enquanto ela grita e chora na cama, desesperada por ajuda.


 


 

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CENA 03: Sala de Estar - Casa da Dinda


 

Lilibeth berra com Collor enquanto agarra o seu pescoço, acusando-o de ter matado Carlos Fonseca. Ele dá um tabefe na cara da ex-mulher, se soltando.


 


 

Collor - Você ficou maluca?! Eu não matei ninguém, imbecil!


 

Lilibeth - Você não tem coração, Collor. Como alguém pode ser tão desgraçado, meu Deus?


 

Collor - Eu vou chamar os seguranças...


 

Lilibeth - Não precisa chamar porcaria nenhuma de segurança. Só vou deixar um aviso, me escute bem: eu irei até o fim nessa investigação. Eu vou descobrir quem matou o Carlos, custe o que custar. Um dia eu ainda te boto atrás das grades, me aguarde.


 


 

Saindo da casa, Lilibeth ouve os gritos de socorro de Rosane. Ela olha para a janela e sorri ironicamente. Na verdade, ela sabia exatamente o que Rosane estava passando naquela casa.


 


 

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CENA 04: Restaurante "Camarão Brasiliense"


 

Jucineide e Rafael terminam o intenso beijo.


 


 

Rafael – Você é louca, Carmem? Eu...


 

Jucineide – (tapando sua boca com um dedo) Não diga nada. Sei que não resistiu ao meu charme... Sei também que adorou. Eu sou uma mulher maravilhosa, Rafael, e você é um homem heroico, íntegro, perfeito. Por que não podemos deixar rolar?


 

Rafael – Eu amo a Rosane. Você está sim mexendo comigo, despertando um fogo, mas é ela quem eu quero.


 

Jucineide – Eu te faço esquecer aquela songa monga em dois tempos. Ela não te merece, Rafa.


 


 

Ela se atira novamente nele e os dois se beijam. Rafael fica transtornado, mas aproveita, e ao encerrar, dá um sorriso malicioso.


 


 

Rafael – (com tom safado) Quer uma carona até sua casa? Meu carro é simples, mas dá pro gasto.


 

Jucineide – Tendo você como companhia, eu iria pra casa até de carroça. Mas não... Eu quero carona até outro lugar.


 


 

Jucineide se aproxima dele e fala em seu ouvido. A cena corta e mostra os dois em uma cama de motel, nus e trocando carícias fogosas.


 


 

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CENA 05: Praça dos Três Poderes


 

Luciana está deitada no colo de Joaquim em um dos bancos da praça, observando o movimento e recebendo carícias do noivo.


 


 

Joaquim - Não acha que está na hora de nos casarmos, amor?


 

Luciana - Não sei... Não acha cedo demais pra gente?


 

Joaquim - Nunca é cedo ou tarde pra assumir um amor.


 

Luciana - Ihhh, deu pra virar poeta agora?


 

Joaquim - Eu vou ser poeta só pra você, meu amor. Onde vamos passar a lua de mel? Você prefere Paris ou Veneza?


 


 

Luciana levanta rapidamente do colo de Joaquim e sai correndo pela praça, com a mão na boca. Parando perto de uma árvore, ela vomita. Joaquim a alcança e se assusta.


 


 

Joaquim - O que aconteceu, Luciana?


 

Luciana - Veio um enjoo horrível e não consegui controlar.


 

Joaquim - Que estranho... Venha, eu vou te levar para o médico.


 


 

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CENA 06: Casa dos Silva


 

Rafael volta para casa, satisfeito com a grande noite com Jucineide. Ao virar a esquina, ele encontra uma grande multidão aglomerada em torno de sua casa, enquanto os bombeiros apagavam as últimas chamas no interior. Ele estaciona o carro em cima da calçada e vai falar com um dos vizinhos.


 


 

Rafael - O quê aconteceu aqui?!


 

Dulce - Eu estava assistindo televisão quando ouvi gritos de socorro vindos da sua casa. Olhei pela janela e vi a sua casa pegando fogo. Liguei para os bombeiros, mas até eles chegarem o fogo já havia tomado conta da casa inteira.


 

Rafael - Esses gritos, eles eram da minha mãe?


 

Dulce - Não prestei atenção, só ouvi os gritos implorando por ajuda. A sua mãe estava em casa?


 


 

Um dos bombeiros se aproxima de Rafael.


 


 

Júnior - Com licença, você é o proprietário da casa?


 

Rafael - Sim, sou eu.


 

Júnior - Quem morava com você?


 

Rafael - Minha mãe.


 

Júnior - Achamos esse medalhão de ouro de Nossa Senhora junto ao corpo. Você sabe me dizer se esse medalhão é dela?


 


 

Rafael cai ajoelhado e chora desesperadamente. Aquele medalhão era o que ele havia dado de presente para Madalena em seu aniversário.


 


 

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CENA 07: Hospital de Brasília


 

Luciana, acompanhada de Joaquim, encontra-se em uma fila de espera. Ela demonstra nervosismo.


 


 

Joaquim – (pegando na mão da amada) Fique tranquila, meu amor. Vai dar tudo certo.


 

Luciana – Sempre tive pavor de médico, de hospital, de exames! Há dias com esses enjoos e tonturas... Tenho medo de estar com uma doença grave!


 

Joaquim – (rindo) Ah, Luciana, que besteira! Provavelmente você está com algum problema no estômago, no máximo uma gastrite. Há de ser tratável.


 

Luciana – Espero...


 


 

O médico aparece e chama pelo nome de Luciana. Joaquim se despede da amada com um beijo, e ela entra no consultório.


 


 

Matheus – Posso ser direto em relação ao resultado dos exames, Luciana?


 

Luciana – Ai, doutor... Eu não vou morrer, vou? Não é nada grave, por favor, me diga!


 

Matheus – Quanta bobagem! Você está grávida.


 

Luciana – (chocada) GRÁVIDA?! Eu estou... GRÁVIDA?


 

Matheus – Sim. Meus parabéns!


 

Luciana – (chorando) Não, doutor. Por favor, eu peço sigilo sobre isso. Preciso esconder essa gravidez do Joaquim enquanto posso. Eu não transo com ele há meses... EU ESTOU GRÁVIDA DO AFONSO! DROGA!


 


 

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CENA 08: Cemitério "Campo da Esperança"


 

Rafael está em frente à um túmulo, enxugando suas lágrimas, que misturam ódio com tristeza.


 


 

Rafael – Maldito seja, Collor... Matou o meu pai... Matou a minha mãe... Roubou o amor da minha vida... ACABOU COMIGO! EU QUEM DEVERIA TER DESTRUÍDO VOCÊ, MAS FOI VOCÊ QUE ARRUINOU COM A MINHA VIDA! FILHO DA MÃE!


 


 

Ele soluça, sem conseguir pronunciar mais palavras, e se ajoelha, acariciando o túmulo de Madalena.


 


 

Rafael – Mesmo com as nossas brigas, mesmo com o seu gênio forte, eu te amava muito, mamãe. E dessa vez a culpa também é minha. Foi por minha causa que aquele crápula quis nos eliminar do mapa. E quem pagou pelos MEUS erros foi você, mãe. Por favor, me perdoe! Eu te amo!


 


 

Jucineide surge no local, fazendo uma cara, falsamente angelical, de compaixão.


 


 

Jucineide – Vim correndo depois de receber o seu telefonema, Rafael. Meus pêsames.


 

Rafael – Obrigado, Carmem. Eu nunca vou me conformar em ter perdido os meus pais por culpa daquele monstro. Mal superei o baque de perder o meu pai e agora ele tira a minha mãe de mim. CANALHA! IMBECIL! MALDITO!


 

Jucineide – (abraçando-o) Acalme-se, querido. Sei da dor que está sentindo, mas pense em você também nesse momento. O que pretende fazer? O Collor mandou atearem fogo no seu casebre com a intenção de TE assassinar, e não a sua pobre mãe.


 

Rafael – Eu já tomei a minha decisão. Nada mais me prende aqui, Carmem. Minha família foi brutalmente eliminada... Minha amada não presta... Irei para o interior, passarei uns tempos na casa de uns tios e, depois que a poeira baixar, volto pra terminar o que comecei.


 

Jucineide – Exijo que me passe o endereço desses seus tios. Pretendo te visitar sempre que possível. Não quero deixar você sozinho!


 


 

Eles se beijam.


 


 

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CENA 09: Quarto de Collor e Rosane


 

Um mês depois...


 


 

Rosane continua sofrendo e sendo torturada. Joaquim entra no quarto, trazendo o café da manhã para a madrasta. Leda ouve toda a conversa atrás da porta.


 


 

Joaquim - Bom dia, Rosane.


 

Rosane - Joaquim, que bom ver você, meu filho. (abraçando o enteado)


 

Joaquim - Consegui convencer a Leda a me deixar trazer o café-da-manhã hoje. Você está péssima, Rosane. Não nos vemos direito há tempos, nem parece que é você.


 

Rosane - Aquela mulher me destruiu, acabou comigo. Ela me espanca quase que diariamente, e eu não tenho forças para fugir desse inferno. Eu pioro cada dia mais, e na última semana vomito quase que toda hora.


 

Joaquim - Vomita? Por quê?


 

Rosane - Eu desconfio que eu esteja grávida do Rafael. A minha menstruação está atrasada, meus seios estão inchados, eu me sinto extremamente cansada... Gravidez é a única explicação pra isso tudo.


 


 

Leda, que ouvia toda a conversa, fica chocada. Ela vai até a cozinha e pega duas xícaras de café. Em uma delas, coloca mifepristona, uma substância abortífera.


 


 

Leda - Não posso permitir que essa cria da retardada estrague o casamento do meu filho. Mandarei esse bebê bastardo para o inferno!


 


 

Voltando ao quarto, Leda traz as duas xícaras na mão.


 


 

Leda - Que sem educação, Joaquim! Traz todo o café da manhã e esquece do café! (entrega a xícara de café para Joaquim e a xícara de café com mifepristona para Rosane) Bebam, vamos!


 


 

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CENA 10: Casa da Dinda


 

Joaquim, avisado pela empregada que recebeu uma visita, desce a escadaria da mansão, deparando-se com Luciana. Corre até ela e a beija apaixonadamente.


 


 

Joaquim – Como vai o amor da minha vida?


 

Luciana – (hesitante) Bem...


 

Joaquim – Basta, Luciana. Chegou a hora da verdade. Nos últimos tempos você tem se mostrado depressiva, desanimada. Até quando curtíamos juntos, você parecia... Estranha.


 

Luciana – Isso é tudo impressão sua, meu amor. É que a Thereza está cheia de clientes atualmente e eu estou sofrendo dias estressantes de trabalho maçante. Só isso.


 

Joaquim – Tem certeza?


 

Luciana – Sim. E não vamos falar de coisas ruins, logo isso tudo passa e eu volto a ser aquela boa Luciana alegre de sempre. Ainda mais depois do que acabo de descobrir. Tenho uma notícia excelente para contar!


 


 

Ela entrega uma pasta com papéis para Joaquim.


 


 

Luciana – Eu estou grávida, Joaquim. Nós vamos ter um filho.


 


 

Joaquim, num surto de felicidade, olha para os papéis e chora de emoção, agarrando a amada, beijando-a como gratidão e demonstração de amor. Afonso ouve tudo e se espanta.


 


 

Afonso – Espera aí, Luciana, você está grávida? Sério mesmo, esse filho não pode ser meu?


 


 

Os três se encaram. Luciana engole seco.


 


 

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CENA 11: Quarto de Collor e Rosane


 

Após beberem o café, Leda recolhe a bandeja com o café da manhã e leva para a cozinha. Alguns segundos depois, ela volta para o quarto e continua ouvindo atrás da porta.


 


 

Empregada - Eu te ajudo a fugir, vamos!


 

Rosane - Não posso. Se eu fugir, esses desgraçados me caçam até no fim do mundo.


 

Empregada - Mas você vai continuar vivendo desse jeito, Rosane? Sendo maltratada e humilhada?


 


 

Elas continuam conversando durante mais alguns minutos. Na hora de se despedirem, a empregada observa o vestido de Rosane e vê uma mancha de sangue abaixo da cintura.


 


 

Empregada - ROSANE, O QUE ACONTECEU?!


 


 

Atrás da porta, Leda gargalha.


 


 

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CENA 12: Gabinete Presidencial


 

Collor assina papéis em sua mesa, com a feição maldosa e inescrupulosa de sempre. Rosinete surge.


 


 

Rosinete – Patrãozinho, tem um moço aí querendo falar com o senhor. Disse que é urgente.


 

Collor – Hum... Mande-o entrar. Espero que não seja um daqueles pobres com uma lista repleta de exigências!


 

Rosinete – Ok. Ah, a propósito, o senhor vai no meu casamento, não vai?


 

Collor – Você ainda pergunta? É óbvio que não, Rosinete! Vê se eu tenho cara de quem vai em casamento da secretária com o motorista.


 

Rosinete – Nossa, que coice! Mas eu entendo! Com licença.


 


 

Collor volta a realizar o que estava fazendo. Depois de algum tempo, Rafael entra na sala.


 


 

Collor – Você?!


 


 

Os dois se encaram.


 

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