Matéria - Analizando

Dia 17 de Julho, o programa "Analizando", escrita por Lucas Gorges na IPC, exibiu uma matéria sobre a minissérie. Confira:

           
 

           
 

Collor chega ao fim

Estourando no ibope, Collor já está indo embora, vai ser marcada como a 1ª websérie que deu certo na MTV.

           
 

           
 

Fonte: http://migre.me/4jDc

Nota – Sala de Imprensa IPC

Dia 18 de Julho, a Sala de Imprensa na IPC, exibiu uma nota sobre o penúltimo capítulo. Confira:

                   
 

                   
 

Penúltimo capítulo de "Collor" marca boa média

Ontem (17), foi exibido o penúltimo capítulo da minissérie "Collor" na MTV.


 

Com um desempenho surpreendente, a trama assinada por Vicente e Socorro, registrou 49 pontos, pico de 53. Líder Absoluto.


 

Devido ao enorme sucesso, a MTV manterá a faixa das 22:30 às 23:10 exclusivamente para minisséries.

                   
 

                   
 

Fonte: http://migre.me/4jCM

Capítulo 11

Leia na íntegra o penúltimo capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Casa da Dinda


 

O detetive Gabriel rodeia Collor e Leda, continuando a falar.


 


 

Detetive Gabriel - Sabia que eu votei em você, presidente? Aliás, eu e milhares de trouxas desse país. Confiava em cada palavra que o "presidente do povo" dizia. Só que eu jamais imaginei que o "caçador de marajás" se tornaria um marajá. Irônico, não? Bem, eu tenho aqui comigo uma ação judicial que permite que eu reviste cada milímetro quadrado dessa casa. Mas eu não farei isso, não se preocupe. O cerco está se fechando pra você, Collor. Você caiu em sua própria teia e agora não tem escapatória. (se dirigindo até a porta) Eu tenho mais um trabalho hoje a tarde. A propósito, o carro de Rosane está na garagem. Ela foi em um jantar de ônibus? Estranho... (sorri) Boa Noite. (fechando a porta)


 


 

Collor e Leda se olham.


 


 

Leda - Ele está certo, meu filho. Fin de ligne pra você.


 


 

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CENA 02: Pousada "Bela Vista"


 

O carro passa em alta velocidade ao lado de Rafael e Rosane. O capanga puxa Rosane, mas ela se solta e ele só consegue rasgar uma parte de seu vestido. Os dois percebem que estão correndo perigo e correm de volta para a pousada. O capanga decide não se expor agora que o plano deu errado, indo embora.


 


 

Rafael - DESGRAÇADO! Ele queria nos sequestrar, Rosane.


 

Rosane - Eu sei, meu amor. Temos que nos mudar daqui o mais rápido possível. Mais uma vez o Collor descobriu onde nós estamos.


 

Rafael - Mesmo que formos para o fim do mundo, ele nos achará.


 

Rosane - Mas aqui não é mais seguro, temos que encontrar outro lugar. Aquele capanga... ele não me é estranho, sabia?


 

Rafael - (estranhando) Você conhece ele?


 

Rosane - Não sei, mas aquela cara não me é estranha. Talvez seja só impressão. Se isso acontecer de novo, o Collor vai me pagar CARO. Eu vou na polícia e conto cada podre dele. Aí sim ele nos deixará em paz.


 


 

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CENA 03: Apartamento de Luciana


 

Joaquim invade o apartamento de Luciana, que está na sala lendo um livro.


 


 

Luciana - Joaquim?! Quem você pensa que é pra...


 

Joaquim - (furioso) CALA A BOCA, LUCIANA! Eu descobri tudo. Você... você realmente transou com o Afonso. E o pior, ENGRAVIDOU DAQUELE IMBECIL. COMO VOCÊ FEZ ISSO COMIGO, SUA VADIA?!


 

Luciana - Calma Joaquim, eu posso explicar...


 

Joaquim - Mas você queria esconder isso de mim, na esperança que eu nunca soubesse disso. Mas eu descobri tudo. Trepou, engravidou e ABORTOU! Você não presta, Luciana.


 

Luciana - E você acha que eu tinha que te aguentar também, Joaquim? Eu CANSEI de ser sua bonequinha de luxo. O Afonso me fez desejar ele e relembrar o nosso passado por causa do seu CIÚMES idiota. E eu abortei sim, sabe por quê? Porque eu te amo, EU TE AMO demais. E você NUNCA quis me entendeu, sempre achando que estava certo com o seu egocentrismo inútil. Cansei disso tudo. Vou embarcar amanhã à tarde pra Holanda e ficarei bem longe de todos vocês, pra sempre. (apontando para a porta) Vai embora, Joaquim. Me esquece, por favor.


 

Joaquim - Vocês se merecem... VOCÊS SE MERECEM! Adeus, Luciana.


 


 

Ele vai embora, fechando a porta com força. Luciana senta no sofá, chorando.


 


 

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CENA 04: Casa de Rosinete


 

Rosinete está deitada no colo de Michael no sofá, assistindo "A Lagoa Azul" na Sessão da Tarde e comendo pipoca.


 


 

Michael - Quantas vezes esse filme já passou na televisão, hein?


 

Rosinete - (lacrimejando) Não sei, só sei que sempre choro no final...


 


 

A porta é arrombada com brutalidade. Eles se assustam.


 


 

Detetive Gabriel - Olá... (olhando no papel) ...Rosinete Melanias. Você está presa.


 

Rosinete - (engasgando com uma pipoca) Eu estou o quê?!


 

Detetive Gabriel - Tenho uma ordem de prisão para você. A acusação que consta aqui é que você esteja desviando dinheiro público e fazendo uso próprio dele. Vamos homens, podem levá-la.


 

Rosinete - (sendo algemada pelos policiais) Desviando dinheiro?! Mas eu nem sei o que é isso!


 

Detetive Gabriel - Quem desvia dinheiro não tem uma casa tão uó como essa... Mas enfim, coloquem a prisioneira no carro.


 


 

O carro policial vai embora, levando Rosinete. Ela olha pelo vidro traseiro e espera que Michael faça alguma coisa. Mas ele apenas dá um "tchau" com as mãos e sorri maleficamente. Agora só faltava apenas uma parte para ele completar o seu plano.


 


 

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CENA 05: Aeroporto Internacional de Brasília


 

Zélia está caminhando em um aeroporto, repleta de malas.


 


 

Zélia - A coisa está ficando preta. É melhor eu dar uma saída do país enquanto há tempo, e o Collor que se vire e arque com as consequências do Plano Collor! Fui!


 


 

Ela entra na fila para a entrada de seu avião, partindo.


 


 

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CENA 06: Casa de PCF


 

Suzana e Paulo estão deitados em um sofá, assistindo televisão.


 


 

Jornalista - A secretária de Fernando Collor de Mello, Rosinete Melanias, foi presa acusada de liderar, efetuar e organizar atos de corrupção de dinheiro público, ou seja, desvio de verba pública. Cansado da situação em que o nosso país se encontra financeiramente depois das estratégias econômicas fracassadas de Collor, o povo já começou a se revoltar. Vários estudantes, jornalistas, advogados, políticos e gente de todo tipo, já estão preparando uma grande revolta e sairão nas ruas, exigindo a renúncia do presidente.


 

Paulo - Ih, meu bombom sensual... Acho que a coisa complicou pro lado do Collor!


 

Suzana - Ele vai sair eleso dessa, Paulinho. Collor é poderoso, vai manipulá toda a isprensa pra num precisa se dar mal. Mas, com certeza, logo ele perde a presidência.


 

Paulo - E quando isso acontecer, as maracutaias irão todas para cima de mim. Temos que fugir enquanto há tempo, bombom.


 

Suzana - E vamo pa onde?


 

Paulo - Uma casa de praia que eu tenho, lá em Alagoas. Calma, sossegada... Perfeita para nós dois!


 

Suzana - Parece totoso fazer séquisso lá. Vamo mermo!


 


 

Eles se beijam.


 


 

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CENA 07: Ruas de Brasília


 

Jucineide está dirigindo e falando no celular tijolão.


 


 

Jucineide - Alô? É o "capanga" do Collor? (ela gargalha) Que coisa mais ridícula, hein? Tendo que se submeter a isso! Então, fofo, eu preciso de um favor seu. Oras, não vai ter pagamento, sua praga! É algo simples. Eu quero saber o endereço da posada em que o Rafael e a Rosane estavam. O Collor me contou na nossa noitada que você quase os raptou. Isso, pode falar.


 


 

A vilã para o carro e anota em um papel, sorridente. A cena corta e agora se passa na pousada Bela Vista. Rafael e Rosane estão arrumando suas malas, apressados e assustados. Jucineide surge.


 


 

Jucineide - Onde pensam que vão, pombinhos?


 


 

Eles se espantam.


 


 

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CENA 08: Aeroporto Internacional de Brasília


 

Collor está carregando as malas de Leda, que caminha luxuosamente pelo aeroporto. Eles ouvem o último chamado para o voo Brasil-Paris.


 


 

Collor - Está na hora, mamãe.


 

Leda - Eu sei, idiota. Não sou surda.


 

Collor - Bem, quando você vai vir me visitar de novo?


 

Leda - Se Deus quiser e minha saúde permitir, eu JAMAIS botarei meus pés novamente nessa terra de ignorantes.


 

Collor - Mas afinal, por que vai embora?


 

Leda - Estou indo embora por SUA culpa. Eu falei tanto mal do Pedro, mas você é muito mais imbecil que ele. Você toma o poder de uma nação e não é capaz de fazer as coisas corretamente. Aliás, não é nem mesmo capaz de trepar com sua mulher pra manter ela nos eixos. Isso me decepcionou profundamente. Nenhuma mãe merece duas desgraças de filhos como vocês.


 

Collor - Eu fiz o que pude. Não me culpe, mamãe.


 

Leda - EU que fiz o que pude pra não tentar te expor e manter você no topo. Mas, você destruiu tudo. Au revoir, Collor. Não mantenha contato comigo e jamais me visite em Paris. Você me envergonha e eu tenho nojo de você.


 


 

Arrancando as malas das mãos dele, Leda embarca. O avião parte e Collor suspira profundamente.


 


 

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CENA 09: Casa da Dinda


 

Joaquim tranca a porta do seu quarto, chorando e descabelado. Desesperado, ele invade o banheiro e começa a quebrar tudo. Afonso ouve tudo do lado de fora.


 


 

Afonso - (gritando) Joaquim! Cara, o que houve? O que você está fazendo?


 


 

Mas Joaquim não lhe dá ouvidos. Pega um frasco com vários comprimidos e vira inteiro, botando todos os medicamentos em suas mãos e levando à boca. No instante em que iria tomar água para engolir, Afonso arromba a porta e corre até o banheiro, impedindo-o e fazendo com que ele cuspa tudo de volta.


 


 

Afonso - VOCÊ FICOU MALUCO?!


 

Joaquim - A Luciana é a minha razão de viver, já disse! Se ela foi capaz de me enganar tão brutalmente, foi a VIDA quem me trouxe a infelicidade eterna. Eu prefiro morrer do que sofrer para o resto da minha vida.


 

Afonso - Eu nunca imaginei que o seu amor pela Luciana era tão sério, cara... Tipo, Joaquim, não faz o meu tipo, mas você é meu irmão e, mesmo nos odiando, não quero que cometa barbaridades por minha culpa. Aquele beijo meu com a Luciana, lembra? Foi forçado. E aquela vez que você entrou no apartamento da Luciana e me encontrou só de cueca... Também foi armado por mim. Desde o começo, eu quem quis magoá-lo e me aproveitar da Luciana, Joaquim. No fundo, o amor de vocês é puro, e eu fui apenas uma tentação.


 


 

Joaquim fica chocado. Lilibeth entra, lacrimejando.


 


 

Lilibeth - Ô, meu bebê... (ela corre até ele e o abraça com força, emocionada) Se você AMA essa mulher como diz amar, a ponto de necessitar dela pra viver, LUTE até o fim. Eu conheço a Luciana e sei que ela é uma boa moça. Sei que o Afonso é um aproveitador e imagino que ela sofra tanto quanto você. Vá atrás dela e seja feliz. Eu amei na vida e perdi todos os meus amores... Por isso não sou tão feliz quanto mereço.


 


 

O rapaz fica balançado, abraçando a mãe, e chorando.


 


 

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CENA 10: Banco de Brasília


 

Michael entra no banco e vai até um dos caixas eletrônicos. Ele pega um cartão bancário onde se lê o nome ROSINETE MELANIAS.


 


 

Michael - (pensando) Essa idiota nem sabia da fortuna que os pais deixaram antes de morrerem pra ela. Não acredito que vou ganhar essa bufunfa toda, é como ter acertado na loteria. E meus amigos ainda diziam que casamento dá prejuízo...


 


 

Apertando diversos botões, ele envia para a sua conta uma gigantesca quantia em dinheiro. Ao sair do banco, gargalha alto e entra no carro do presidente.


 


 

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CENA 11: Escritório - Casa da Dinda


 

Collor está trancado em seu escritório domiciliar. Ele desliga o telefone, irritado.


 


 

Collor - Minha mãe pisou em mim e me abandonou... A Zélia foi pra Nova Iorque... O Paulo sumiu junto com aquela prostitutazinha... Jucineide mal transa comigo... Meus aliados políticos já estão diminuindo os laços que têm comigo, como se soubesse quem a qualquer momento eu posso afundar... O que fazer, Collor? Renunciar ou continuar no poder e se dando bem? Droga!


 


 

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CENA 12: Pousada "Bela Vista"


 

Jucineide, Rafael e Rosane se encaram.


 


 

Jucineide - (descontrolada) Então o casal de pombinhos apaixonados estava escondido nessa porcariazinha! Incrível como eu realmente sempre roubo seus homens, não é, Rosane? Peguei o Collor e o Rafael! Qual será o próximo, sua fracassada?


 

Rosane - Rafael, você realmente se envolveu com essa piranha? Eu não posso acreditar...


 

Jucineide - O romance de vocês está com os dias contados. O Rafael eu amo DE VERDADE, Rosane, muito mais do que eu amo o Collor. EU NÃO SUPORTEI SER ESCORRAÇADA POR ELE! SE ELE NÃO FOR MEU, SEU É QUE NÃO SERÁ!


 

Rafael - Ela me enganou, Rosane. Mentiu para mim.


 

Rosane - Eu imagino. Essa mulher é uma víbora maldita... Eu te odeio com todas as minhas forças, Jucineide!


 

Jucineide - Eu também, fofa. E é justamente por te odiar tanto que eu não vou deixar você roubar o MEU amor e sair ilesa.


 

Rafael - Jucineide, você está descontrolada...


 

Jucineide - ÓBVIO QUE ESTOU! EU ME APAIXONEI POR VOCÊ DE CORPO E ALMA! A cada noitada que nós tínhamos quando eu ia te visitar no interior, cada relação que tivemos em motéis, cada beijo, cada carícia... Eu sou LOUCA por você, Rafa. Sem você, eu não tenho como voltar a ser feliz. Até do Collor eu me distanciei e deixei de ser sua cúmplice. COM A ROSANE, VOCÊ NÃO FICA! NÃO SUPORTO TER O MEU NOVO AMOR ROUBADO POR ESSA VAGABUNDA NOVAMENTE!


 

Rosane - Você é louca, sua atrevida!


 


 

As duas começam a se pegar no tapa. Rafael consegue separá-las. No mesmo instante, Murilo surge com panos em mãos. Passa o líquido nos panos e enfia na cara de Rafael, que desmaia. Em seguida, repete o processo com Rosane. Jucineide gargalha.


 


 

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CENA 13: Aeroporto Internacional de Brasília


 

"Atenção senhores passageiros do voo 279 Brasil-Holanda, chamada para o último embarque no guichê 7."


 


 

Luciana olha pela última vez uma foto dela beijando Joaquim em um parque de diversões. Uma lágrima cai de seu rosto e ela caminha em direção ao guichê.


 


 

Joaquim - (gritando pelo aeroporto) LUCIANA, LUCIANA!


 


 

Ela se espanta e olha para trás, vendo Joaquim correndo em sua direção.


 


 

Luciana - Joaquim?!


 

Joaquim - (cansado) Luciana... o que você... vai fazer na Holanda?


 

Luciana - Eu estou indo embora, Joaquim. Eu recebi uma oportunidade de estágio lá e não pensei duas vezes. Nada mais me prende no Brasil.


 

Joaquim - (agarrando seus braços) Você não pode ir embora antes de ouvir o que eu tenho pra te dizer.


 


 

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CENA 14: Ruas de Brasília


 

Uma grande massa popular avança em direção ao Palácio do Planalto. Todos com os rostos pintados de verde-e-amarelo e preto, estão segurando cartazes com os dizeres "FORA COLLOR", "ANOS REBELDES, PRÓXIMO CAPÍTULO: IMPEACHMENT DE COLLOR", "DIGNIDADE JÁ!"; entre outros. No meio da massa, não só trabalhadores e estudantes, mas políticos, advogados e pessoas da alta sociedade brasileira. O Brasil não suportava mais viver uma vida política de mentiras e corrupção, foi chamado de idiota e trouxa. Todos renunciavam a corrupção, todos renunciavam a indignidade, todos renunciavam a impunidade. Todos renunciavam Collor.


 


 

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CENA 15: Armazém abandonado


 

Rafael está dormindo, amarrado em uma cadeira. Aos poucos, ele acorda, com dor de cabeça.


 


 

Rafael - (falando com dificuldade) Que dor... Onde é que eu estou?


 


 

Ele se assusta ao deparar-se com Jucineide, que roça a ponta de uma faca de leve em seu pescoço.


 


 

Jucineide - Bem vindo, meu amor! Vamos ficar juntinhos para sempre!


 

Rafael - Jucineide?! Você é maluca?


 

Jucineide - Sou. Sou maluca sim. Quais suas últimas palavras? Espero que seja um "eu te amo", porque daí, eu te mato sem dor alguma!


 


 

Ela gargalha. Os dois se encaram.


 

Nota - Sala de Imprensa IPC

Dia 16 de Julho, a Sala de Imprensa na IPC, exibiu uma nota sobre o décimo capítulo. Confira:

                  
 

                  
 

Collor marca pico de 77

A websérie da MTV exibida na noite desta quinta, marcou 41 pontos de média com pico de 77. Atingindo assim a liderança isolada.

                  
 

                  
 

Fonte: http://migre.me/3OIH

Capítulo 10

Leia na íntegra o décimo capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Casa da Dinda


 

Collor continua com a arma apontada para os dois.


 


 

Rosane - Não faça isso, Collor...


 

Collor - Ah é, Rosane? Por quê? Você não acha que todo homem corno tem o direito de acabar com a raça do desgraçado que botou chifres nele? Mas eu não acabo só com ele, eu acabo com você junto.


 


 

Rafael age rapidamente, dando um soco na cara de Collor. O presidente cai no chão e revida com um chute em Rafael. Os dois brigam no chão, rolando no meio da sala.


 


 

Rosane - PELO AMOR DE DEUS, PAREM!


 


 

Após alguns minutos de tapas e socos, Rafael acerta em cheio um soco nocauteador no presidente, que fica derrotado, no chão. Mancando e cheio de hematomas, Rafael leva Rosane para seu carro. Os dois fogem para uma pousada.


 


 

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CENA 02: Consultório - Clínica "Cimi Donner"


 

Luciana entra no consultório.


 


 

Christian - Não se preocupe, não vai doer nada. A medicina voltada para o aborto avançou muito nesses últimos anos, e você não precisa nem mesmo tirar a roupa para fazer a remoção.


 

Luciana - Mas eu sempre ouvi dizer que para abortar precisaria de uma cirurgia específica.


 

Christian - Coisas do passado. Só relaxe enquanto eu aplico essa injeção em você (injetando a substância no braço de Luciana) Isso, ótimo.


 

Luciana - Só isso?!


 

Christian - Sim, só isso. Em algum tempo, o medicamento fará efeito. Mas ele possui efeitos colaterais, então, tome cuidado.


 

Luciana - (chorando) Eu nunca deveria ter tomado essa atitude... Mas agora é tarde. Foi por bem.


 


 

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CENA 03: Gabinete Presidencial


 

Collor está sendo cuidado por uma empregada, que bota gelo em sua cabeça.


 


 

Collor - (furioso) Aquele marginalzinho atrevido de merda... Quem ele pensa que é? ELE LEVOU A ROSANE! ELE RAPTOU A MINHA ESPOSA! Não posso permitir que eles prossigam com isso e arruínem a minha carreira. Não posso e não vou permitir!


 


 

Irritado, ele pega o celular e disca alguns números. Levanta-se e tranca-se em seu escritório domiciliar.


 


 

Collor - Alô? (falando baixo e com pausas) Tenho mais um serviço pra você. Como assim "mais um"? Estou te pagando toneladas! Sim. Esse é mais simples. O Rafael roubou a Rosane de mim mais uma vez... Quero que encontre aqueles dois. NÃO INTERESSA! VASCULHE TODOS OS HÓSPEDES DE HOTÉIS DA CIDADE INTEIRA, MAS ENCONTRE!


 


 

Ele desliga o celular e o lança contra a parede. Suzana entra no local e tranca a porta, deixando-o surpreso.


 


 

Collor - Suzana?


 

Suzana - (aproximando-se de Collor e se esfregando nele) O Paulo viajou e eu decidi te fazer uma visitinha...


 

Collor - (tendo seu pescoço beijado e provocado por Suzana. Fala com tom safado) Sua vagabunda... O que você quer de mim? Dar o golpe do baú? Eu sou o presidente da república, mocinha!


 

Suzana - Sou puta mermo e te quero mermo. Mas num é porque cê é rico não, nem ligo tanto pra bufunfa. Só que tu tem mó cara de gostoso e de ser um furacão na cama. Deixa de ser frouxo e me pega logo, tesão.


 


 

Collor se espanta. Suzana se vira de costas para ele. Furtivamente, ela coloca uma filmadora na estante e em seguida tira sua blusa, caindo nos braços do crápula, que a beija ardentemente.


 


 

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CENA 04: Ruas de Brasília


 

Após jantarem em um bar, Rosinete e Michael caminham pelas ruas desertas de Brasília na madrugada.


 


 

Rosinete - Gostou do espetinho com farofa, amor?


 

Michael - Eu não esperava uma noitada em um barzinho bem no nosso primeiro dia de casados.


 

Rosinete - Poxa, moreco, não gostou desse nosso jantarzinho a dois? Ai, eu amei, o único defeito é os pedaços de carne que ficam nos dentes...


 

Michael - Você sabe o que é que eu quero comer, não sabe? (apertando a bunda de Rosinete) Agora nós já somos casados.


 

Rosinete - UI! Não me provoca, que eu fico toda fogosa!


 

Michael - Mas eu quero te deixar fogosa mesmo. Vem aqui, vem.


 


 

Ele agarra Rosinete e a beija com vontade. O clima vai esquentando e eles entram em um beco escuro da rua. Após vários amassos e peças de roupas atiradas pelo ar, Rosinete e Michael transam em cima de várias sacolas de lixo.


 


 

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CENA 05: Pousada "Bela Vista"


 

Rosane entra no simples quarto com Rafael.


 


 

Rafael - É um local modesto, com diária baratérrima, mas é o que posso pagar enquanto não me recupero profissionalmente na vida. Logo a Thereza me dará um emprego em seu escritório. Pode ficar à vontade, durma na cama, eu fico no sofá.


 

Rosane - Qualquer lugar é maravilhoso ao seu lado, Rafael. Eu te amo. Por que você está com tanta raiva de mim?


 

Rafael - Você é como o seu marido, hipócrita. Talvez sofra nas mãos dele por ele não ter limites, mas rouba o povo como ele faz.


 

Rosane - Não, Rafael! Aquelas acusações são falsas! Eu juro pela minha alma, pelo nosso amor, que eu não sei do que estava acontecendo ali. Eu juro pelo nosso filho, que foi brutalmente assassinado.


 

Rafael - (espantado) - Filho?


 

Rosane - Eu estava grávida de você. Mas a Leda, aquele monstro em forma de múmia, tomou providências para que eu perdesse o bebê. (chorando) Ela botou alguma coisa no meu café eu... Simplesmente... Perdi o nosso filho. Perdi o único fruto que pensei que teria do nosso amor. Fiquei tão feliz com sua volta! Não vivo mais sem você, meu amor! Por favor, acredite em mim!


 

Rafael - Te amo, Rosane. Te amo muito. O Collor nunca mais irá nos separar!


 


 

Eles se beijam, apaixonados.


 


 

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CENA 06: Cafeteria "Café Brasilis"


 

Afonso - Por que me chamou até aqui? Quer relembrar a nossa adolescência mais uma vez?


 

Luciana - Se enxerga, Afonso. Eu tenho uma coisa muito séria pra te contar.


 

Afonso - Conte.


 

Luciana - Eu... Aquele filho que eu falei que eu estava grávida...


 

Afonso - ESTAVA grávida?


 

Luciana - Cala a boca, seu imbecil, deixa eu terminar. Aquele filho não era porcaria nenhuma do Joaquim. O pai só podia ser você. Eu e o Joaquim não transávamos havia meses.


 

Afonso - (chocado) O QUÊ?! QUER DIZER QUE EU SOU O PAI?


 

Luciana - Era, Afonso. Você ERA o pai. Eu não podia continuar com essa farsa e não sabia que consequências isso teria no futuro. Então... eu abortei.


 

Afonso - (pasmo) Você...


 

Luciana - (mostrando o exame do aborto) É, eu abortei. Não teria condições pra criar essa criança. E eu teria DÓ dela, tendo um pai cafajeste como você. Mas não pense que isso foi fácil pra mim. Chorei MUITO após o aborto, não sei se era essa a melhor saída. Mas enfim, já está feito e eu já disse tudo. Até mais, Afonso.


 


 

Luciana vai embora, deixando Afonso perplexo na mesa. Ele olha em cima da mesa e vê que Luciana esqueceu o exame. Ele agora sabia exatamente o que iria fazer.


 


 

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CENA 07: Ruas de Brasília


 

Jucineide está em frente ao seu prédio, comprando jornal em uma banca. Murilo surge por trás dela.


 


 

Jucineide - (sorrindo muito) Ai, que susto, praguinha! Quer me matar do coração?


 

Murilo - Você lendo jornal, Jucineide? Que milagre é esse? Aliás... Que sorriso é esse no rosto? O que você tá aprontando, maninha?


 

Jucineide - Já aprontei, fofo! Leia isso.


 


 

Ela entrega o jornal para Murilo, que lê um título e fica chocado.


 


 

Murilo - "Rosane Collor, Primeira Dama do Brasil, teria abortado filho de amante, segundo boatos". Que horror, Jucineide! Você não tem vergonha? Brincar com algo tão sério como mãe e filho...


 

Jucineide - Vai ter compaixão da nossa vovó tetraplégica e mijona, Murilo. A Rosane merece isso e muito mais.


 

Murilo - A Rosane está livre do Collor mais uma vez. Ela e o Rafael fugiram. Aproveite e fisgue logo o presidente, Juci.


 

Jucineide - (irritada) O QUÊ? Esse cara é MEU! Se aquela sem peito pensa que vai roubar o Rafael de mim, está muito enganada. Eu vou acabar com o romance daqueles dois e ele voltará para os MEUS braços, Murilo. E já sei o que farei.


 


 

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CENA 08: Gabinete Presidencial


 

Collor fala ao telefone.


 


 

Collor - Então você descobriu a pousada em que ele está? Vigie o dia inteiro. Assim que saírem, seja um dos dois ou ambos, pegue-nos e traga até mim. Estou cansado de lidar com esse rebeldezinho.


 


 

Ele desliga com força. Rosinete abre a porta.


 


 

Rosinete - Seu Collor, a vadia, namorada do Paulo, quer falar com o senhor.


 

Collor - (com sorriso safado) Pode deixá-la entrar. E está dispensada por hoje, Rosinete. Saia mais cedo.


 

Rosinete - AI, PATRÃOZINHO! Valeu! Eu te amo!


 

Collor - Eu também! Tanto que quero que saia mais cedo, pra me livrar logo de você. VÁ!


 

Rosinete - Que coice! Só porque sou preta!


 


 

Ela sai, furiosa. Suzana entra na sala em seguida. Collor logo se levanta e tranca a porta, agarrando Suzana e mordendo-lhe a orelha.


 


 

Suzana - Assim você me dá calasfrio, Có.


 

Collor - Veio pedir mais, não veio, piranha? Foi uma delícia ontem...


 

Suzana - Não. Já consegui o que eu quero.


 

Collor - Como assim? Não sou homem de pegar mulheres apenas uma vez. Quero repetir a dose pelo menos umas dez vezes!


 

Suzana - (rindo) Acha mermo que uma vagabunda totosa como eu, que pode dar pro Edilson Celulare, ia se oferecer pra um gostosinho quarqué? Se manca! (ela tira uma fita da bolsa) Eu filmei tudinho que nóis fizemos, Collor. E tenho cópias, mas não se precupe, só vou mostrar caso cê não bote uma boa quantia de dinhero aqui, no meu sutiã.


 

Collor - Piranha ordinária...


 

Suzana - Vai pô a bufunfa ou eu vou ter que mostrar a fita pa isprensa?


 


 

Irritado, Collor obedece, pondo uma boa quantia em dinheiro no meio dos seios de Suzana. Ela lhe beija maliciosamente e vai embora.


 


 

Collor - Essa prostitutazinha brincou com fogo...


 


 

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CENA 09: Galpão


 

Dezenas de políticos, policiais, advogados e protestantes estão sentados em um grande galpão, alugado por Thereza e Pedro, debatendo sobre a justiça na política e a ética presidencial. Thereza se levanta pede o silêncio de todos, começando a falar em um microfone:


 


 

Thereza - É com grande prazer que eu estou aqui para fazer um pedido a todos. Meu marido Pedro Collor e eu estamos há meses procurando reunir provas para tirar o presidente Fernando Collor do poder. As provas já foram entregues e uma grande investigação sobre o caso já foi aberta. Mas isso não basta. Nós PRECISAMOS de uma revolta popular para impulsionar o impeachment de Collor. Não bastam provas, documentos e acusações. A voz do povo é a voz de Deus. Por isso, senhoras e senhores, eu peço à todos aqui presentes que comecem a reunir a população para uma grande passeata pelas principais avenidas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais do Brasil. Nós precisamos acabar com essa palhaçada, e só existe essa forma para atingirmos esse objetivo.


 


 

Todos aplaudem de pé o discurso de Thereza. Orgulhosa, ela sorri em direção à Pedro.


 


 

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CENA 10: Quarto de Joaquim


 

Afonso invade o quarto de Joaquim, que está sentado, tocando violão.


 


 

Afonso - Você devia tocar outra coisa ao invés de violão, sabia?


 

Joaquim - (parando de tocar) Oi?


 

Afonso - Você realmente acreditou naquela história de filho?


 

Joaquim - Do que está falando? Da Luciana?


 

Afonso - Claro que é sobre aquela gostosa. Sabia que ela abortou?


 

Joaquim - (rindo) Afonso, sua imbecilidade me impressiona. Chegou ao cúmulo de uma lorota sem sentido! Não caio mais nas suas mentiras para me separar do MEU amor.


 

Afonso - Verdade, ela te ama mesmo... Mas o filho que ela carregava no ventre era MEU. A Luciana escondeu de nós, mas já estava grávida há um bom tempo. E, como sabia que cedo ou tarde o cerco fecharia, decidiu abortar para não te enganar mais. Como sempre, eu me mostrei mais viril do que você, mano! Claro!


 

Joaquim - Não acredito em nada do que você diz.


 

Afonso - Pois leia.


 


 

Afonso entrega o exame de Luciana para Joaquim. Este lê, ficando furioso.


 


 

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CENA 11: Pousada "Bela Vista"


 

Dentro de um carro preto, o capanga misterioso de Collor (que não é revelado pelo vidro fumê) aguarda o casal sair do local. Depois de alguns segundos, isso acontece: Rafael e Rosane saem, aos beijos.


 


 

Rosane - Será mesmo que é seguro sairmos?


 

Rafael - Quero te levar para jantar fora, está tão fraquinha... O Collor nunca vai nos encontrar tão rapidamente, ainda mais em um local tão simples.


 

Rosane - Tudo bem... Mas não nego o meu medo.


 


 

Os dois, quando estão prestes a atravessar a rua, deparam-se com o carro preto surgindo em alta velocidade, na intenção de raptá-los. Eles se assustam.


 


 

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CENA 12: Casa da Dinda


 

Collor chega em casa, exausto. Arregaçando as mangas, ele se depara com um detetive e com Leda, de cabeça enfaixada.


 


 

Collor - Mas o que significa isso? O que esse cara quer aqui?


 

Leda - Filho, o detetive Gabriel está duvidando de mim! Ele não acreditou que eu machuquei minha cabeça durante uma queda, e quer investigar a casa. Por sinal, a Rosane já voltou do jantar com as amigas?


 

Collor - (entendendo o recado) Não, mamãe, sabe como são as mulheres. Rosane só volta de madrugada!


 

Detetive Gabriel - Serei bem direto, presidente. Eu quero fazer uma investigação completa na sua casa para checar as acusações feitas em revistas contra o que ocorre aqui dentro. A partir de hoje, você vai ter que andar na linha. Eu investigarei cada falcatrua sua!


 


 

Collor engole seco.


 

Nota – Sala de Imprensa IPC

Dia 15 de Julho, a Sala de Imprensa na IPC, exibiu uma nota sobre o nono capítulo. Confira:

                 
 

                 
 

Collor vai a pico de 63 pontos

A websérie da MTV foi bem novamente, marcou 40 pontos de média com pico de 63, exibido entre 22h30 e 23h12. A websérie, está chegando ao seu final, que será exibido no sábado.

                 
 

                 
 

Fonte: http://migre.me/3OIH

Capítulo 9

Leia na íntegra o nono capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Gabinete Presidencial


 

Collor, depois de encarar Rafael demoradamente, levanta-se, bufando de raiva.


 


 

Collor - Então você teve a cara de pau de retornar, garoto? Soube que você não morreu no incêndio, mas pensei que com a morte sua mãe, você se tocaria e iria embora para sempre. Eu sou até bacana de ter te dado essa chance de fugir, não mandei te perseguirem... Mas, pelo visto, você não soube aproveitar.


 

Rafael - Não é uma questão de medo ou fuga, Collor. A minha DIGNIDADE me impede de fugir das suas canalhices. Eu me afastei por um tempo para zelar a minha vida, mas não significava que eu não voltaria para te infernizar. Eu vou provar que você foi o responsável pelo assassinato da minha mãe e, mais do que isso, vou auxiliar das melhores maneiras possíveis o seu impeachment.


 

Collor - (rindo, irônico) Rafael, você é tão inteligente! Olha só a sua amadinha, Rosane, minha esposa! Depois de me desafiar, me trair e quase me expor a um escândalo matrimonial, está sendo maltratada e devidamente punida como ela merece! Você também quer sofrer como ela? Que romântico!


 

Rafael - (furioso) Seu crápula, o que você está fazendo com a Rosane?


 

Collor - Eu? Nada! Nós nem nos falamos direito depois da humilhação que ela me causou me traindo com você. A minha mãe que está dando uns corretivos naquela rebelde. E, pelo o que pude perceber, você também voltou pedindo um BOM corretivo!


 

Rafael - A Rosane pode até ser uma corrupta falseta como você, mas eu não vou permitir que ela continua sofrendo nas suas mãos. Eu vou livrar ela desse inferno!


 

Collor - Veremos, querido. Veremos...


 

Rafael - Veremos.


 


 

Rafael encara Collor por mais um tempo, saindo em seguida.


 


 

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CENA 02: Quarto de Collor e Rosane


 

Rosane olha para a mancha de sangue, aterrorizada. Sem saber direito o que fazer, ela corre para o banheiro do seu quarto. Tirando toda a roupa e se olhando no espelho, ela percebe que o sangramento vaginal não para e continua escorrendo por entre suas pernas.


 


 

Rosane - Meu Deus do céu, o que é que está acontecendo?!


 


 

Entrando no chuveiro e se limpando, Rosane olha para o chão e dá um grito de horror. Ela havia abortado o seu filho com Rafael.


 


 

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CENA 03: Casa da Dinda


 

Joaquim, Afonso e Luciana se olham, sendo que esta está muito nervosa.


 


 

Afonso – Luciana, por favor... Eu posso ou não ser o pai dessa criança?


 

Joaquim – Então vocês realmente transaram?! FILHOS DA...


 

Luciana – (interrompendo Joaquim com um abraço) Sim, Joaquim. Foi um momento de erro. Mas isso foi há mais de um mês, e a minha gravidez é recente, ou seja, o pai só pode ser você, já que foi apenas com você que eu transei durante esse período.


 

Joaquim – Você jura, Luciana?


 

Afonso – Eu juro por ela. É verdade, então não há como eu ser o pai dessa criança. Ainda bem! Deus me livre cuidar de um pivete! Nunca que eu assumiria.


 

Luciana – Já imaginava, Afonso. Enfim, Joaquim, o filho é mesmo seu. Não se torture com pensamentos errados.


 

Joaquim – Então eu já posso voltar a comemorar!


 


 

Animados e emocionados, os dois se beijam novamente. Pela expressão facial de Afonso, percebe-se que ele ficou em dúvida.


 


 

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CENA 04: Quarto de Collor e Rosane


 

Rosane está sentada na cama, chorando inconsolavelmente pela perda de seu filho. Leda destranca a porta do quarto e entra.


 


 

Leda - Como você é tola, Rosane... Realmente achou que eu deixaria mais um bastardinho arruinar a minha família? Eu sei que aquele filho não era do Collor, mas sim de algum pobreta revolucionário que você se engraçou.


 

Rosane - (destruída e furiosa) Você matou o meu filho, sua velha desgraçada... VOCÊ PASSOU DE TODOS LIMITES! EU NÃO AGUENTO MAIS TER QUE VIVER NESSE INFERNO, CHEGA!


 


 

Levantando-se e agarrando Leda pelos cabelos, Rosane a empurra a cabeça da sogra várias vezes contra um espelho na parede, fazendo o espelho se rachar, enquanto a testa de Leda fica ensanguentada.


 


 

Rosane - (descontrolada) Eu cansei disso tudo, cansei de ser humilhada por você, VACA FILHA DA MÃE.


 


 

Ela empurra pela última vez a sogra contra o espelho e a solta, fazendo Leda cair desmaiada no chão. Rosane sai do quarto e tranca a porta por fora, descendo a escadaria principal da casa.


 


 

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CENA 05: Flat de Thereza Collor


 

Pedro está de cama, recebendo colheradas de sopa de Thereza.


 


 

Pedro – Não suporto mais viver como um doente, Thereza. E não suporto mais o seu carinho excessivo, que brotou de uma hora pra outra, só por compaixão.


 

Thereza – Não fale assim, Pedro. Nós somos casados e é meu dever cuidar do meu marido. Eu quero você vivo, meu amor! Não suporto pensar em perder a sua companhia.


 

Pedro – Leda e Collor já sabem da minha doença e nem vieram me visitar.


 

Thereza – E você ainda fica surpreso, amor? É até bom que eles não tiveram a cara de pau de aparecer aqui. Certamente iriam te ironizar e dizer que a sua doença é um castigo pelo o que fez contra eles.


 


 

Ele volta a tomar a sopa, mas a campainha toca. Thereza beija a testa do amado e corre atender, deparando-se com Rafael.


 


 

Thereza – (surpresa) Rafael?! Que surpresa, Rafa! Você estava desaparecido desde o incêndio!


 

Rafael – (abraçando Thereza) Estava fugindo do Collor. Ele é capaz de tudo, e não queria levar o mesmo destino que meus pais.


 

Thereza – Vou te contar todas as novidades do governo dele e tudo o que tem acontecido nos bastidores. A começar pela doença do meu marido... Sente-se.


 

Rafael – Antes, quero te pedir um favor. Thereza, eu preciso que você conte à Rosane que eu voltei à cidade.


 

Thereza - Isso é impossível. Ela está mantida como um bicho naquela casa.


 

Rafael - Droga! Eu preciso salvá-la!


 


 

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CENA 06: Catedral de Brasília


 

Michael está no altar, nervoso. Ele olha para frente e vê a catedral lotada, mas só encontra pessoas contratadas por ele para fingirem serem convidados e parentes.


 


 

Michael - (pensando) Ai, o que eu faço pra me livrar dessa maluca enquanto ainda há tempo?


 


 

Mas ele sabe que esse pequeno investimento compensará muito em um futuro muito em breve. A tradicional marcha nupcial começa a tocar e todos se levantam. Do lado de fora, Rosinete sai de uma carruagem, em um lindo e caríssimo vestido de noiva branco.


 


 

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CENA 07: Motel "Prazeres da Luxúria"


 

Rafael e Jucineide estão deitados na cama do motel, nus, cobertos por lençóis.


 


 

Jucineide – Cada segundo ao seu lado é maravilhoso, Rafael. Eu te amo.


 

Rafael – Eu também gosto muito de você, Carmem.


 


 

Eles se beijam ardentemente. Em seguida, Jucineide levanta, piscando para o amante e indo até o banheiro. Rafael, suspirando, olha para os pertences da ficante.


 


 

Rafael – Acho que já está mais do que na hora de eu descobrir mais sobre a Carmem. É errado, mas...


 


 

Rafael tira a carteira de Jucineide entre seus pertences e abre, deparando-se com vários maços de dinheiro e documentos. Ao ler os documentos, ele se espanta.


 


 

Rafael – Jucineide Braz? Espera aí... Jucineide não é a amante do Collor?


 


 

Jucineide surge por trás de Rafael.


 


 

Jucineide – Sua mãe, antes de morrer torrada, não lhe ensinou que é errado mexer nas coisas dos outros?


 

Rafael – Jucineide... SUA CADELA! VOCÊ ME ENGANOU ESSE TEMPO TODO!


 

Jucineide – O que as mulheres não fazem pra realizar seu sonho de consumo, fofo? Vai dizer que não gostou? Poupe-me!


 

Rafael – Você é aliada do Collor, é cúmplice dela... E desde o começo estava se aproveitando de mim, enganando-me! O MURILO, SEU IRMÃO! FOI VOCÊ QUEM CONTOU TUDO PARA O COLLOR!


 

Jucineide – O que importa? Nós nos gostamos. Esqueça esse detalhe.


 

Rafael – Não, não esquecerei. EU TE ODEIO, SUA CADELA!


 

Jucineide – (descontrolada) MAS EU TE AMO! EU TE AMO DE VERDADE, RAFAEL! E se você não me quer... NÃO SERÁ DE MAIS NINGUÉM!


 


 

Ela sai do motel, furiosa.


 


 

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CENA 08: Catedral de Brasília


 

Rosinete e Michael estão diante do altar.


 


 

Padre - Rosinete, você toma este homem para ser seu esposo legalmente, para viver junto em santo matrimônio, você promete amá-lo e honrá-lo, na doença e na saúde, na riqueza ou na pobreza, e rejeitará todo o outro, sendo apenas dele enquanto viverem?


 

Rosinete - SIM!


 

Padre - Michael, você toma esta mulher para ser sua esposa legalmente, para viver junto em santo matrimônio, você promete amá-la e honrá-la, na doença e na saúde, na riqueza ou na pobreza, e rejeitará toda a outra, sendo apenas dela enquanto viverem?


 


 

Michael fica parado, olhando para Rosinete e para os figurantes sentados na igreja. Ele engole em seco e diz:


 


 

Michael - Sim...


 

Padre - Neste caso, eu vos declaro marido e mulher! O noivo pode beijar a noiva.


 


 

Rosinete pula nos braços de Michael e lhe dá um apaixonado e longo beijo, enquanto os figurantes aplaudem o casal.


 


 

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CENA 09: Gabinete Presidencial


 

Collor está tomando café. Paulo César Faria surge com sua namorada, Suzana. Ela tem um visual bem "oferecido".


 


 

Collor – Então essa é a sua tão falada namorada, Paulo?


 

Paulo – É sim, patrãozote. Não é um bombom charmoso e sensual?


 

Suzana – (exibindo seu decote) Muito prazer, seu Collor. Como vai o seu dia? Melhor agora?


 

Collor – Dá pra perceber o quanto você tem sorte, Paulo. Mas me diga uma coisa... Todas essas joias que a Suzana está trajando... Você deu pra ela?


 

Paulo – Digamos que sim!


 

Collor – Então os carros caríssimos, casas enormes em praias chiquérrimas, e outros afins que apareceram em suas despesas também foram comprados para ela?


 

Paulo – Aham.


 

Collor – Eu serei direto. Se você está desviando dinheiro, Paulo, será devidamente linchado e deixará de ser o meu laranja. Agora, faça o que lhe pedi.


 

Rosinete – Paulo, como você é corno! A sua namorada deu em cima do Collor de maneira descarada e você até riu!


 

Suzana – Sou puta mermo e ele gosta assim, e daí, preta oleosa?


 

Rosinete – NOSSA! Que coice! Mas nada estraga meus ânimos, já que ontem foi meu casamento. Com sua licença.


 


 

Rosinete sai e Suzana sorri angelicalmente para PCF. Eles se beijam. Collor, em seu gabinete, analisa papéis.


 


 

Collor – Segundo as entradas e saídas de dinheiro público, a Rosane não pode ter efetuado aquela corrupção, visto que estava fugitiva... Será que foi esse gordo lazarento do Paulo? Ele vai pagar caro!


 


 

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CENA 10: Apartamento de Jucineide Braz


 

Jucineide chega em casa, exausta. Murilo a recepciona.


 


 

Murilo – Maninha, você não imagina a notícia que tenho pra te dar.


 

Jucineide – Se apaixonou de verdade pela primeira vez na vida? Coitada da garota, praguinha!


 

Murilo – É muito mais sério do que isso, mas já que me despreza...


 

Jucineide – FALA LOGO, QUE TÔ SEM PACIÊNCIA!


 

Murilo – A Rosane abortou.


 

Jucineide – (com um sorriso de satisfação) Abortou?! Como assim? Ela estava grávida do Collor?


 

Murilo – Obviamente era do Rafael. Ela e o Collor não devem saber o que é sexo há um bom tempo. Eu não sei de muita coisa, mas uma empregada de lá, que acha que sou mesmo amigão dela, ligou-me dizendo que ela perdeu um bebê.


 

Jucineide – Excelente! Vou lançar isso na mídia... Um pouco modificado, é claro. "Rosane Collor aborta filho de amante!"


 


 

Ela gargalha maleficamente.


 


 

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CENA 11: Clínica "Cimi Donner"


 

Luciana está na sala de espera, esperando a sua vez de ser atendida. Ela passa a mão sobre sua barriga, acariciando-a.


 


 

Luciana - (pensando) Será que eu tenho certeza disso que eu quero fazer? Céus, eu estou matando uma pessoa. Me desculpe, meu pequeno bebê, mas isso é o que eu tenho que fazer. Não tenho condições financeiras e psicológicas para te criar sozinha e te dar uma vida digna. Sei que isso que eu estou fazendo é ilegal e estou interrompendo uma vida. Mas é melhor assim. Antes você jamais existir do que me obrigar a mentir para você e para o Joaquim pelo resto das nossas vidas. Sinto muito...


 


 

Ela derrama algumas lágrimas e fecha os olhos por alguns instantes. A recepcionista chama o nome de Luciana e a acompanha até o consultório.


 


 

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CENA 12: Casa da Dinda


 

Rosane desce as escadas da casa, sem saber direito o que fazer e para onde ir.


 


 

Rosane - Não tenho muito tempo, tenho que ir embora logo. Aquele demônio em forma de velha vai se recuperar logo, e eu tenho que estar bem longe daqui quando isso acontecer.


 


 

Rafael invade a casa furtivamente pelos fundos. Chegando na sala, ele encontra Rosane.


 


 

Rosane - RAFAEL?! MEU AMOR, VOCÊ VEIO ME RESGATAR! (beijando o amado)


 

Rafael - (segurando Rosane) Sua traíra...


 

Rosane - (confusa) Rafael, do que você está falando?


 

Rafael - Para com isso, Rosane! Saiu em todos os jornais: você fazendo a linha do seu marido e tirando o dinheiro do povo. Eu nunca imaginei que uma mulher tão doce como você seria capaz de cometer uma barbaridade dessas.


 

Rosane - Eu não fiz nada, meu amor! Isso que estão dizendo é mentira! Mas não tenho tempo pra explicar tudo agora. Pelo amor de Deus, me ajude. Eu tenho que fugir dessa casa o mais rápido possível. ME TIRE DAQUI, RAFAEL!


 

Rafael - (pegando na mão de Rosane) Venha comigo, eu vou te tirar daqui.


 

Collor - (surgindo na frente deles e apontando uma arma para os dois) Ora ora, o casalzinho está com pressa? Não é necessário! Se for para saírem dessa casa, será dentro de caixões. Então fiquem mais um pouco, hoje nós nos divertiremos bastante...


 


 

Collor sorri ironicamente, ainda apontando a arma para os dois.


 

Nota – Sala de Imprensa IPC

Dia 14 de Julho, a Sala de Imprensa na IPC, exibiu uma nota sobre o oitavo capítulo. Confira:

                
 

                
 

Collor continua com bons índices e marca 60

A websérie da MTV vem consolidado um bom público, na noite desta terça a websérie exibida entre 22h30 e 23h10 marcou 60 pontos de média com pico de 65. Liderança!

                
 

                
 

Fonte: http://migre.me/3GSr

Capítulo 8

Leia na íntegra o oitavo capítulo da minissérie:


 


 


 


 


 

CENA 01: Casa dos Silva


 

Madalena se desespera ao ver o fogo tomando conta intensamente do local. Assustada, tenta abrir a porta, mas não consegue.


 


 

Madalena – (berrando) SOCORRO! ALGUÉM ME TIRA DAQUI! TÁ PEGANDO FOGO! SOCORRO!


 


 

Chorando de desespero e medo, ela se descabela inteira. Começa a lançar objetos em direção às janelas e às portas, tentando abrir alguma barreira pela qual possa fugir. Tossindo, com dificuldades de respiração pela fumaça, Madalena desmaia.


 


 

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CENA 02: Quarto de Collor e Rosane


 

Rosane - Você não pode fazer isso...


 

Leda - Ahhh, posso sim. Você sabe que eu posso. (trancando a porta por dentro)


 

Rosane - Você não pode encostar em mim... VOCÊ NÃO VAI ENCOSTAR EM MIM!


 


 

Rosane avança com o abajur para cima dela. Leda segura Rosane e a encara com ódio.


 


 

Leda - Está tentando me desafiar, Rosane? (jogando a Primeira Dama na cama) Você nunca vai esquecer essa surra que eu vou te dar...


 


 

Leda chicoteia Rosane com força, enquanto ela grita e chora na cama, desesperada por ajuda.


 


 

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CENA 03: Sala de Estar - Casa da Dinda


 

Lilibeth berra com Collor enquanto agarra o seu pescoço, acusando-o de ter matado Carlos Fonseca. Ele dá um tabefe na cara da ex-mulher, se soltando.


 


 

Collor - Você ficou maluca?! Eu não matei ninguém, imbecil!


 

Lilibeth - Você não tem coração, Collor. Como alguém pode ser tão desgraçado, meu Deus?


 

Collor - Eu vou chamar os seguranças...


 

Lilibeth - Não precisa chamar porcaria nenhuma de segurança. Só vou deixar um aviso, me escute bem: eu irei até o fim nessa investigação. Eu vou descobrir quem matou o Carlos, custe o que custar. Um dia eu ainda te boto atrás das grades, me aguarde.


 


 

Saindo da casa, Lilibeth ouve os gritos de socorro de Rosane. Ela olha para a janela e sorri ironicamente. Na verdade, ela sabia exatamente o que Rosane estava passando naquela casa.


 


 

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CENA 04: Restaurante "Camarão Brasiliense"


 

Jucineide e Rafael terminam o intenso beijo.


 


 

Rafael – Você é louca, Carmem? Eu...


 

Jucineide – (tapando sua boca com um dedo) Não diga nada. Sei que não resistiu ao meu charme... Sei também que adorou. Eu sou uma mulher maravilhosa, Rafael, e você é um homem heroico, íntegro, perfeito. Por que não podemos deixar rolar?


 

Rafael – Eu amo a Rosane. Você está sim mexendo comigo, despertando um fogo, mas é ela quem eu quero.


 

Jucineide – Eu te faço esquecer aquela songa monga em dois tempos. Ela não te merece, Rafa.


 


 

Ela se atira novamente nele e os dois se beijam. Rafael fica transtornado, mas aproveita, e ao encerrar, dá um sorriso malicioso.


 


 

Rafael – (com tom safado) Quer uma carona até sua casa? Meu carro é simples, mas dá pro gasto.


 

Jucineide – Tendo você como companhia, eu iria pra casa até de carroça. Mas não... Eu quero carona até outro lugar.


 


 

Jucineide se aproxima dele e fala em seu ouvido. A cena corta e mostra os dois em uma cama de motel, nus e trocando carícias fogosas.


 


 

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CENA 05: Praça dos Três Poderes


 

Luciana está deitada no colo de Joaquim em um dos bancos da praça, observando o movimento e recebendo carícias do noivo.


 


 

Joaquim - Não acha que está na hora de nos casarmos, amor?


 

Luciana - Não sei... Não acha cedo demais pra gente?


 

Joaquim - Nunca é cedo ou tarde pra assumir um amor.


 

Luciana - Ihhh, deu pra virar poeta agora?


 

Joaquim - Eu vou ser poeta só pra você, meu amor. Onde vamos passar a lua de mel? Você prefere Paris ou Veneza?


 


 

Luciana levanta rapidamente do colo de Joaquim e sai correndo pela praça, com a mão na boca. Parando perto de uma árvore, ela vomita. Joaquim a alcança e se assusta.


 


 

Joaquim - O que aconteceu, Luciana?


 

Luciana - Veio um enjoo horrível e não consegui controlar.


 

Joaquim - Que estranho... Venha, eu vou te levar para o médico.


 


 

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CENA 06: Casa dos Silva


 

Rafael volta para casa, satisfeito com a grande noite com Jucineide. Ao virar a esquina, ele encontra uma grande multidão aglomerada em torno de sua casa, enquanto os bombeiros apagavam as últimas chamas no interior. Ele estaciona o carro em cima da calçada e vai falar com um dos vizinhos.


 


 

Rafael - O quê aconteceu aqui?!


 

Dulce - Eu estava assistindo televisão quando ouvi gritos de socorro vindos da sua casa. Olhei pela janela e vi a sua casa pegando fogo. Liguei para os bombeiros, mas até eles chegarem o fogo já havia tomado conta da casa inteira.


 

Rafael - Esses gritos, eles eram da minha mãe?


 

Dulce - Não prestei atenção, só ouvi os gritos implorando por ajuda. A sua mãe estava em casa?


 


 

Um dos bombeiros se aproxima de Rafael.


 


 

Júnior - Com licença, você é o proprietário da casa?


 

Rafael - Sim, sou eu.


 

Júnior - Quem morava com você?


 

Rafael - Minha mãe.


 

Júnior - Achamos esse medalhão de ouro de Nossa Senhora junto ao corpo. Você sabe me dizer se esse medalhão é dela?


 


 

Rafael cai ajoelhado e chora desesperadamente. Aquele medalhão era o que ele havia dado de presente para Madalena em seu aniversário.


 


 

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CENA 07: Hospital de Brasília


 

Luciana, acompanhada de Joaquim, encontra-se em uma fila de espera. Ela demonstra nervosismo.


 


 

Joaquim – (pegando na mão da amada) Fique tranquila, meu amor. Vai dar tudo certo.


 

Luciana – Sempre tive pavor de médico, de hospital, de exames! Há dias com esses enjoos e tonturas... Tenho medo de estar com uma doença grave!


 

Joaquim – (rindo) Ah, Luciana, que besteira! Provavelmente você está com algum problema no estômago, no máximo uma gastrite. Há de ser tratável.


 

Luciana – Espero...


 


 

O médico aparece e chama pelo nome de Luciana. Joaquim se despede da amada com um beijo, e ela entra no consultório.


 


 

Matheus – Posso ser direto em relação ao resultado dos exames, Luciana?


 

Luciana – Ai, doutor... Eu não vou morrer, vou? Não é nada grave, por favor, me diga!


 

Matheus – Quanta bobagem! Você está grávida.


 

Luciana – (chocada) GRÁVIDA?! Eu estou... GRÁVIDA?


 

Matheus – Sim. Meus parabéns!


 

Luciana – (chorando) Não, doutor. Por favor, eu peço sigilo sobre isso. Preciso esconder essa gravidez do Joaquim enquanto posso. Eu não transo com ele há meses... EU ESTOU GRÁVIDA DO AFONSO! DROGA!


 


 

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CENA 08: Cemitério "Campo da Esperança"


 

Rafael está em frente à um túmulo, enxugando suas lágrimas, que misturam ódio com tristeza.


 


 

Rafael – Maldito seja, Collor... Matou o meu pai... Matou a minha mãe... Roubou o amor da minha vida... ACABOU COMIGO! EU QUEM DEVERIA TER DESTRUÍDO VOCÊ, MAS FOI VOCÊ QUE ARRUINOU COM A MINHA VIDA! FILHO DA MÃE!


 


 

Ele soluça, sem conseguir pronunciar mais palavras, e se ajoelha, acariciando o túmulo de Madalena.


 


 

Rafael – Mesmo com as nossas brigas, mesmo com o seu gênio forte, eu te amava muito, mamãe. E dessa vez a culpa também é minha. Foi por minha causa que aquele crápula quis nos eliminar do mapa. E quem pagou pelos MEUS erros foi você, mãe. Por favor, me perdoe! Eu te amo!


 


 

Jucineide surge no local, fazendo uma cara, falsamente angelical, de compaixão.


 


 

Jucineide – Vim correndo depois de receber o seu telefonema, Rafael. Meus pêsames.


 

Rafael – Obrigado, Carmem. Eu nunca vou me conformar em ter perdido os meus pais por culpa daquele monstro. Mal superei o baque de perder o meu pai e agora ele tira a minha mãe de mim. CANALHA! IMBECIL! MALDITO!


 

Jucineide – (abraçando-o) Acalme-se, querido. Sei da dor que está sentindo, mas pense em você também nesse momento. O que pretende fazer? O Collor mandou atearem fogo no seu casebre com a intenção de TE assassinar, e não a sua pobre mãe.


 

Rafael – Eu já tomei a minha decisão. Nada mais me prende aqui, Carmem. Minha família foi brutalmente eliminada... Minha amada não presta... Irei para o interior, passarei uns tempos na casa de uns tios e, depois que a poeira baixar, volto pra terminar o que comecei.


 

Jucineide – Exijo que me passe o endereço desses seus tios. Pretendo te visitar sempre que possível. Não quero deixar você sozinho!


 


 

Eles se beijam.


 


 

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CENA 09: Quarto de Collor e Rosane


 

Um mês depois...


 


 

Rosane continua sofrendo e sendo torturada. Joaquim entra no quarto, trazendo o café da manhã para a madrasta. Leda ouve toda a conversa atrás da porta.


 


 

Joaquim - Bom dia, Rosane.


 

Rosane - Joaquim, que bom ver você, meu filho. (abraçando o enteado)


 

Joaquim - Consegui convencer a Leda a me deixar trazer o café-da-manhã hoje. Você está péssima, Rosane. Não nos vemos direito há tempos, nem parece que é você.


 

Rosane - Aquela mulher me destruiu, acabou comigo. Ela me espanca quase que diariamente, e eu não tenho forças para fugir desse inferno. Eu pioro cada dia mais, e na última semana vomito quase que toda hora.


 

Joaquim - Vomita? Por quê?


 

Rosane - Eu desconfio que eu esteja grávida do Rafael. A minha menstruação está atrasada, meus seios estão inchados, eu me sinto extremamente cansada... Gravidez é a única explicação pra isso tudo.


 


 

Leda, que ouvia toda a conversa, fica chocada. Ela vai até a cozinha e pega duas xícaras de café. Em uma delas, coloca mifepristona, uma substância abortífera.


 


 

Leda - Não posso permitir que essa cria da retardada estrague o casamento do meu filho. Mandarei esse bebê bastardo para o inferno!


 


 

Voltando ao quarto, Leda traz as duas xícaras na mão.


 


 

Leda - Que sem educação, Joaquim! Traz todo o café da manhã e esquece do café! (entrega a xícara de café para Joaquim e a xícara de café com mifepristona para Rosane) Bebam, vamos!


 


 

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CENA 10: Casa da Dinda


 

Joaquim, avisado pela empregada que recebeu uma visita, desce a escadaria da mansão, deparando-se com Luciana. Corre até ela e a beija apaixonadamente.


 


 

Joaquim – Como vai o amor da minha vida?


 

Luciana – (hesitante) Bem...


 

Joaquim – Basta, Luciana. Chegou a hora da verdade. Nos últimos tempos você tem se mostrado depressiva, desanimada. Até quando curtíamos juntos, você parecia... Estranha.


 

Luciana – Isso é tudo impressão sua, meu amor. É que a Thereza está cheia de clientes atualmente e eu estou sofrendo dias estressantes de trabalho maçante. Só isso.


 

Joaquim – Tem certeza?


 

Luciana – Sim. E não vamos falar de coisas ruins, logo isso tudo passa e eu volto a ser aquela boa Luciana alegre de sempre. Ainda mais depois do que acabo de descobrir. Tenho uma notícia excelente para contar!


 


 

Ela entrega uma pasta com papéis para Joaquim.


 


 

Luciana – Eu estou grávida, Joaquim. Nós vamos ter um filho.


 


 

Joaquim, num surto de felicidade, olha para os papéis e chora de emoção, agarrando a amada, beijando-a como gratidão e demonstração de amor. Afonso ouve tudo e se espanta.


 


 

Afonso – Espera aí, Luciana, você está grávida? Sério mesmo, esse filho não pode ser meu?


 


 

Os três se encaram. Luciana engole seco.


 


 

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CENA 11: Quarto de Collor e Rosane


 

Após beberem o café, Leda recolhe a bandeja com o café da manhã e leva para a cozinha. Alguns segundos depois, ela volta para o quarto e continua ouvindo atrás da porta.


 


 

Empregada - Eu te ajudo a fugir, vamos!


 

Rosane - Não posso. Se eu fugir, esses desgraçados me caçam até no fim do mundo.


 

Empregada - Mas você vai continuar vivendo desse jeito, Rosane? Sendo maltratada e humilhada?


 


 

Elas continuam conversando durante mais alguns minutos. Na hora de se despedirem, a empregada observa o vestido de Rosane e vê uma mancha de sangue abaixo da cintura.


 


 

Empregada - ROSANE, O QUE ACONTECEU?!


 


 

Atrás da porta, Leda gargalha.


 


 

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CENA 12: Gabinete Presidencial


 

Collor assina papéis em sua mesa, com a feição maldosa e inescrupulosa de sempre. Rosinete surge.


 


 

Rosinete – Patrãozinho, tem um moço aí querendo falar com o senhor. Disse que é urgente.


 

Collor – Hum... Mande-o entrar. Espero que não seja um daqueles pobres com uma lista repleta de exigências!


 

Rosinete – Ok. Ah, a propósito, o senhor vai no meu casamento, não vai?


 

Collor – Você ainda pergunta? É óbvio que não, Rosinete! Vê se eu tenho cara de quem vai em casamento da secretária com o motorista.


 

Rosinete – Nossa, que coice! Mas eu entendo! Com licença.


 


 

Collor volta a realizar o que estava fazendo. Depois de algum tempo, Rafael entra na sala.


 


 

Collor – Você?!


 


 

Os dois se encaram.