Dia 27 de Junho, o programa "Galisteu Show" exibiu a entrevista com Vicente e Socorro sobre a minissérie. Confira:

GALISTEU - Olá MTV, hoje começando um quadro de entrevistas teremos a presença de duas ilustres personalidades da nossa comunidade. Chamo ao palco eles, Vicente Foster e Socorro Batista.

SOCORRO - Muito obrigada pela oportunidade, Galisteu. É um prazer participar dessa entrevista.

VICENTE - Olá a todos. Valeu pelo convite, Drika.

GALISTEU - Ai a honra é toda minha *-* Bom, começando a entrevista gostaria de saber de como surgiu a idéia de escrever Collor?

VICENTE - A ideia surgiu quando nós criamos os jornais globais e começamos a preparar uma sinopse para uma futura minissérie neles. Primeiramente faríamos uma minissérie sobre a vida de Dercy Gonçalves, mas a Ana Carolina saiu do projeto e eu e a Socorro tomamos a frente dele. Desistimos de falar sobre a vida dela e pegamos um outro tema que praticamente ninguém conhece: o que aconteceu por trás de um governo que todo mundo odiava, o governo Collor.

GALISTEU - E como funciona o desenvolvimento dos capítulos? Vcs separam por núcleos o que cada um vai escrever, ou cada um escreve determinado número de capítulos? Poderiam nos explicar?

SOCORRO - É o seguinte, antes de qualquer coisa, nós escrevemos pequenos roteiros dos capítulos, como se fossem resumos de cada cena dos mesmos. Na hora de finalmente escrevermos as cenas, a divisão não tem um fundamento exato. Nós temos personagens que são exclusivamente escritos por um de nós, mas no geral, cada um escreve uma metade do capítulo.

GALISTEU - Mas como é pra vcs retratar a vida de uma personalidade pública, recontar uma história que realmente aconteceu? Creio que a responsabilidade é bem maior, pois mesmo criando as cenas vcs não podem fugir muito ao roteiro original

VICENTE - A responsabilidade é enorme mesmo, estamos falando de situações que realmente aconteceram, de pessoas de verdade que transformaram o governo do país. Pra gente não é tão fácil fazer isso como parece, tivemos que estudar de verdade durante meses para unir situações, criar novas, acrescentar núcleos e muito mais. Apesar dela ser baseada em fatos reais, a minissérie tem cenas que são reais e cenas que são fictícias, fatos que são reais e fatos que são fictícios. Não da pra retratar tudo com pura realidade e nem socar muita ficção. Temos que unir os dois e recriar a história.

GALISTEU - Isso é fundamental mesmo, afinal essa mescla ajuda muito na condução da história. A história já tem um número fixo de capítulos? Se por acaso a MTV quiser esticar a trama, vcs aceitariam?

SOCORRO - A trama contará com 12 capítulos (2 semanas). Não aceitaríamos esticá-la não, independente da audiência, ela está formulada para possuir essa duração.

VICENTE - Sim, a minissérie já tem um número fixo de capítulos: 12 no total. Quando mandamos a sinopse, estavam previstos 6 capítulos, mas aí ela foi esticada para duas semanas. Esse negócio de esticar é difícil pra uma minissérie como a nossa, seguimos uma linha pré-determinada e esticar esse linha deixaria tudo muito embaralhado e confuso, então é melhor deixar só os 12 capítulos mesmo.

GALISTEU - Ai ADOREI o poder de vcs em não aceitando esticar a minissérie. Agora, a trama será sobre o ex-presidente Collor, uma figura tão odiada e lembrada como corrupto pot todos, de onde partiu a vontade de falar sobre alguém tão mal visto por todos?

SOCORRO - Justamente pelo fato de o Collor ser mal lembrado e considerado corrupto. Isso gera - como gerou na época - muita polêmica, ou seja, chama a atenção tanto de que já conhece a história quanto de quem praticamente nada sabe sobre o assunto. Nossa minissérie é fictícia e não está nos livros de História, pois temos a intenção de gerar diversão em torno de algo que realmente aconteceu em nosso país. Ao escolher esse tema, queremos proporcionar uma inovação no ramo da web-novelas.

GALISTEU - Sim, além de tudo é cultura, pois faz parte da nossa história, e não é coisa tão antiga não, de alguns anos atrás. Agora gostaria de saber, se a novela terá muita vilania? Em que personagem vcs estão apostando?

VICENTE - Sim, terá boas doses de golpes, armações e muitas vilanias ao longo dos capítulos. Os principais vilões que vão dar muita dor de cabeça um aos outros são: Lilibeth, Jucineide, Leda e Collor. Eles possuem todas as características de vilões e acho que vão dar o que falar. Estamos apostando principalmente na ironia da Jucineide e no glamour da Leda, que são um dos pontos mais altos de todos os personagens da trama.

GALISTEU - Abaphem mas eu serei a Jucineide KKKKKKK Bom, gostaria de saber agora dos 2, se existem projetos futuros a Collor? Tanto na área de novelas quanto de programas.

SOCORRO - Adriane, eu tenho várias sinopses de novelas escritas, mas muitas teriam que ser bem adaptas para o modelo da MTV. Agora falando sobre a parceria repeteco entre mim e Vicente, temos um projeto a vista assim. Mas ainda não é definitivo e nem se quer foi avaliado pela direção da MTV: uma novela de suspense em torno de assassinatos, chamada Xeque Mate.

VICENTE - Caso o nosso contrato seja renovado e a MTV esteja interessada, eu e a Socorro já estamos preparando uma futura sinopse para uma novela, que como ela disse, se chama Xeque-Mate. A trama gira em torno da família Chevalier, que é dona de uma vinícola brasileira e é muito rica e bem sucedida. Aos poucos, várias pessoas dessa família ou ligadas à ela serão assassinadas e no lugar do crime serão deixadas peças de xadrez. Tudo isso com muito humor e muito suspense. Mas isso não depende da gente, e sim do interesse da cúpula da MTV nessa sinopse que será apresentada em breve.

GALISTEU - Nossa, mais que MARA, achei ótima e inovadora a idéia, bem agora gostaria de agradecer muito a presença de vcs aqui, e desejar todo o sucesso em Collor, pois com tudo que estamos vendo a minissérie será ótima, aliás quem quiser mais informações é só se dirigir a comunidade da novela que está relacionada a MTV, lá vc encontra um blog, com tudo Agora eu vou indo, até mais.

SOCORRO - Imagina, foi um prazer! Gostaria de pedir a todos os telespectadores que acompanhem a minissérie e fiquem antenados nas novidades que sairão sobre ela. Abraços!

VICENTE - Eu que agradeço a oportunidade de conversar com você e contar um pouco mais sobre tudo o que vem por aí na minissérie. E claro, gostaria de convidar a todos para acompanharem a minissérie a partir do dia 06 de Julho, sempre às 22h30.      
 

Fonte: http://migre.me/2UlG

Dia 27 de Junho, o programa "Galisteu Show", escrita por Leão Lobo na MTV, exibiu uma matéria sobre a minissérie. Confira:

Collor promete muitas emoções

Socorro e Vicente prometem e muito na nova minissérie da MTV que contará a vida de um dos presidentes mais impopulares da história do Brasil.

ESTRÉIA EM JULHO

Fonte: http://migre.me/2Ulj

Rosane é uma jovem sonhadora que sofre muito em seu conturbado casamento com o presidente Collor

Rosane - Eu descobri que o Collor nunca me amou e nunca me amará. Desde sempre ele tem um caso com a Jucineide, uma piranha de beco que engravidou dele quando ele ainda era casado com a Lilibeth.




Já Rafael é um determinado rapaz rebelde ao governo do presidente, pois sua família chegou à ruínas por culpa do mesmo

Rafael - Aquilo realmente daria certo se não fosse aquele maldito plano que do Collor. Foi ele mãe, foi o Collor que matou o meu pai.
Madalena - Não se pode culpar alguém por uma coisa que essa pessoa não fez.
Rafael - Ele fez, mãe. Ele matou o meu pai.




Collor não aceita ter sido obrigado a se casar com Rosane, descontando nela toda a sua raiva

Collor - Você é uma inútil Rosane, não presta nem pra um casamento de fachada. Ta na hora de você aprender...
Rosane - PARA, COLLOR! EU TE AMO! NÃO FAZ ISSO COMIGO!




Entre sofrimentos e dores, Rafael e Rosane se apaixonam profundamente. Mas Collor fará de tudo para acabar com esse amor

Collor - Se ela pensa que vai me chifrar com aquele marginalzinho, não sabe o que eu posso fazer pra acabar com essa palhaçada de uma vez só...

Dia 19 de Junho, a coluna "Analizando", escrita por Lucas Gorges na IPC, exibiu uma matéria sobre a minissérie. Confira:

Mais de Collor

Dia 6 de julho estreia Collor, pelas chamadas a websérie promete, tem um elenco muito bom. Aliás a produção da websérie está investindo em interatividade, isso faz o público se interresar na websérie.

Fonte: http://migre.me/2ySn

Desde as eleições de 1989 até o impeachment, a revista Veja veio acompanhando a trajetória do presidente no poder. A revista teve grande participação no impeachment, já que mostrava a real história da Casa da Dinda e do governo por trás das máscaras que a mídia colocava. Na minissérie o personagem Carlos Fonseca será um dos jornalistas da revista que ajudará a colocar o cargo de Collor em ruínas, junto com Rafael, Pedro e Thereza. Confira algumas capas da revista na época:

Em JULHO, serão revelados os bastidores fictícios de um governo que abalou a história política brasileira

Com grandes paixões...

Rosane - Eu te amo. Nunca imaginei que um dia teria um sentimento tão fulminante... Você me faz esquecer o Collor. Quando estou ao seu lado, esqueço de todo o sofrimento que ele me fez passar. Tenho muito medo de te perder por culpa dele.

Rafael - Não se preocupe, o Collor pode fazer de tudo, mas nunca irá nos separar e nem acabar com nosso amor.

Pessoas ambiciosas, capazes de tudo para conseguirem o que desejam

Jucineide - Quanto você quer para invadir a conta da Rosane e fazer um desvio para que ela seja acusada de corrupção?

Paulo - O patrãozote me degolaria! Jamais!

Jucineide - (roçando um maço de dólares na boca dele) Tem certeza do que diz?

Paulo - É pra hoje?

E a sede de fazer justiça com as próprias mãos

Madalena - Não queira amenizar a dor da morte de seu pai jogando a culpa sobre quem simplesmente fez um investimento político pelo bem do país.

Rafael - (irritado) Basta, mãe! A senhora vai defender aquele crápula até quando? Ele nos deixou na miséria. Vou me vingar do Collor e você não conseguirá me impedir.

Um presidente corrupto capaz de tudo por dinheiro


Collor - O Brasil que se dane minha filha, esse dinheiro vai ser pra gente mesmo. Cada centavo do povo vai pagar cada grama das carnes dos nossos churrascos...




Mulheres que deslizam entre o amor e o ódio


Lilibeth - Não medirei esforços para transformar o seu governo em um inferno... Aguarde-me, Collor. Eu VOU me vingar pela minha vida destruída.


Jucineide - Eu queria muito mais do que ser umas "saidinhas" pra você. E você sabe disso.
Collor - Nós já conversamos sobre isso, Jucineide...
Jucineide - Já conversamos mesmo, e eu nunca entendi por que você prefere aquela galinha de macumba do que eu. Mas ok, um dia você vai dar valor pra mim como eu mereço.


Joaquim - Ele te ama.
Rosane - Eu seria capaz de me matar caso Collor me traísse.




Pessoas que se opõem ao seu governo

Rafael - Você arruinou a minha família. Eu VOU descobrir cada podre seu, um a um, e vou mandar você para a cadeia, numa cela imunda.




A verdade começa a vir à tona

Pedro - Vocês irão reunir o maior número possível de provas contra o Collor, enquanto eu dou uma entrevista para a revista e conto cada podre dele.

Nem tudo é pura ficção. O drama vivido por Rogério Silva é baseado em um fato que aconteceu com um familiar de um dos autores: Vicente Foster. Saiba mais:

Na minissérie, Rogério venderá o seu caminhão e aplicará todo o dinheiro da venda em sua poupança, que na época estavam com juros altíssimos. Na época era mais do que proveitoso aplicar grandes quantidades em dinheiro nas poupanças por causa dos juros. Então, Collor toma posse e congela todas as contas acima de NCz$50mil. Dentre essas contas estava a de Rogério, que agora não vê mais aquilo como um investimento de primeira, mas vê a sua família mendigando pelas ruas. Após saber da notícia, Rogério tem um infarto e morre 6 meses depois.

" Quando íamos lançar a minissérie pelos jornais e estávamos em fase da produção de sinopse, fui perguntar para a minha avó do tempo do confisco das poupanças. Ela me contou que o marido de uma de suas irmãs vendeu o seu caminhão com que ele trabalha para investir na poupança com os juros. Então, houve o congelamento das contas e ele ficou em estado de choque, completamente desesperado. Foi piorando ao longo dos meses até que morreu de infarto. Meus avós também tiveram a poupança confiscada na época, mas não era um enorme dinheiro e tinha muito mais guardado na casa deles. Minha avó luta até hoje na justiça para recuperar o dinheiro confiscado na época. "

A partir desse Sábado (13/06), você conhecerá a grande história da minissérie através de chamadas que serão veiculadas na MTV. São 9 chamadas que apresentarão os personagens e os núcleos com clareza e com falas retiradas dos capítulos. Elas serão apresentadas após o término de "Inferno Casual". Confira quando vai ao ar cada uma delas:

13/06 (Sábado)

Chamada 1

16/06 (Terça-feira)

Chamada 2

22/06 (Segunda-feira)

Collor e Rosane

30/06 (Terça-feira)

Jucineide e Lilibeth

01/07 (Quarta-feira)

Thereza, Pedro e Leda

02/07 (Quinta-feira)

Três irmãos & Luciana

04/07 (Sábado)

Chamada de Elenco

06/07 (Segunda-feira)

Chamada de História (Estreia)

As trilhas sonoras da minissérie (no tempo em que a minissérie quase emplacou) quase foram lançadas com as seguintes capas:

Trilha Sonora Nacional
Capa: Lilibeth Carvalho (Cláudia Raia)

Trilha Sonora Internacional
Capa: Jucineide Braz (Letícia Sabatella)

Para a versão da minissérie na MTV, os autores lançarão as trilhas sonoras com músicas agradáveis e com temas que tenham a ver com cada personagem. Assim como antigamente, serão duas trilhas: nacional e internacional. As novas trilhas sonoras serão lançadas dia 06 de julho (dia da estreia da minissérie) e possuem um tracklist impecável, com 16 faixas em cada CD. Aguarde mais novidades!

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Muitos personagens da minissérie são reais, mas nem todos. Veja quais personagens são realmente de verdade e quais foram criados para a minissérie:

Em março de 1990, Rosane, aos 24 anos de idade, tornou-se primeira-dama do Brasil. Confira a entrevista à revista "Marie Claire", publicada em 1999:

Marie Claire - Como foi acordar em Miami, depois do impeachment, sem Macéio, Canapi, Brasília...
Rosane Collor - Foi maravilhoso. Foi um crescimento, que já começou antes de ir para Miami. Na época do impeachment, falei: ou sigo o exemplo de algumas amigas e entro em depressão, ou dou a volta por cima. Como não nasci para ficar reclamando, resolvi dar uma guinada.

MC - Você é uma nova Rosane?
Rosane - É assim que me sinto. Estou numa fase muito legal da minha vida. O mais importante é você estar bem consigo mesma. Se consegue esse equilíbrio -e eu consegui-, as outras coisas vêm. Nesses quatro anos em Miami, consegui buscar o meu eu e me descobrir.

MC - Você fez algum tipo de terapia?
Rosane - Nunca fiz terapia. E não sei o que é a palavra depressão, juro por Deus!

MC - Mesmo naqueles dias terríveis, com choro na igreja e tudo?
Rosane - Foram momentos de tristeza. Isso é uma coisa, depressão é outra. Eu nunca tive! O Fernando conta isso no primeiro capítulo do livro dele, onde diz que, se não fosse eu para lhe dar força, ele teria tido uma atitude meio drástica.

MC - Olhando o conforto dessas casas e a boa vida de vocês, a pergunta é inevitável: por que começar novamente essa insana corrida política?
Rosane - Essa pergunta já fiz várias vezes ao Fernando. Mas ele me falou que política é como o ar que ele respira. Dinheiro, sinceramente, ele não precisa. Tem as organizações Arnon de Mello [canal de TV, três emissoras de rádio e o maior jornal de Alagoas], tem o patrimônio que os pais deixaram...

MC - Vocês viajaram muito nesse período?
Rosane - Taiti, Aspen, fomos às Bahamas, a gente esquiava todo fim de ano em Courchevel, passeamos pela Europa, Estados Unidos, aproveitei bastante.

MC - Se pudesse escolher, entraria numa nova balada?
Rosane - Não. Mas é aquela coisa, quando você casa com um político tem de ter discernimento e saber onde está entrando.

MC - Quer dizer que você entrou consciente.
Rosane - Olha, consciente, consciente, você não entra porque não sabe o que pode acontecer. Mas quando está apaixonada, não raciocina. É o mal das mulheres.

MC - Seus pais não queriam o casamento?
Rosane - De jeito nenhum. "Um cara divorciado, com dois filhos. O que é isso? Vai manchar o meu nome." Eu era a filhinha, com 19 anos de idade.

MC - O que eles desejavam para você?
Rosane - Meu pai sempre desejou que os filhos fossem felizes. Não importa a situação financeira. Apesar de a minha família sempre ter tido uma boa situação financeira, pois os meus avós eram muito ricos. Tanto que, aqui em Alagoas, os municípios de Canapi, Inhapi e Mata Grande foram fundados por meu avô paterno. Chegou a um ponto que a cidade de Canapi, nesse interior onde eu nasci, era do meu pai e do meu avô.

MC - O fato de ter sido criada em Canapi, habituada à cozinha do interior nordestino, e depois ter de lidar com lagostas e bebidas importadas nos jantares de cerimônia, criou constrangimentos?
Rosane - Nada, nada, nada.

MC - Nenhuma gafe? Dizem que a Princesa Diana perguntou se você falava inglês e você disse: "A short..."
Rosane - Não, nunca! Isso é invenção. As pessoas pensam que, porque nasci em Canapi, minha educação foi provinciana, que eu não sabia pegar em garfo e faca, isso não existe! Estudei em colégio de freiras e moro em Maceió desde os meus 10 anos de idade. Fui preparada aqui. Sempre soube como se come ou como não se come. E quando não sabia, meu Deus, a coisa mais fácil é olhar para o lado. Nunca passei aperto.

MC - Você já foi chamada de a "Cinderela de Canapi". Casou virgem aos 19 anos, foi primeira dama do Estado aos 23 e, do país, aos 25. Sua vida pode ser comparada a um triller de alta tensão, não?
Rosane - Ah, foi muita tensão. Até o governo de Alagoas, Fernando era uma pessoa que trabalhava e tudo, mas nós éramos juntos. Aí teve a campanha e a gente ali, de manhã, de tarde e de noite, juntos. Quando chega na época da presidência, não tenho mais marido.

MC - O que provocou a ruptura entre você e Fernando?
Rosane - Foram três motivos. Primeiro, a questão de o Fernando estar acostumado a ter a mulher 24 horas à disposição e, com meu trabalho, ele não me tinha mais; o segundo ponto foi a questão da minha família, a coisa do Joãozinho, que teve um incidente com o prefeito de Canapi, em 1991. As pessoas começaram a influenciar negativamente o Fernando contra mim, falando coisas do tipo: "Ela só te dá problemas, olha isso!" E a terceira coisa foi a questão da LBA.

MC - Você estava deslumbrada com o poder?
Rosane - Não, não com o poder. Eu talvez estivesse deslumbrada com o trabalho que estava desenvolvendo. Foi muito forte para mim ter a oportunidade de visitar aqueles municípios pobres e ter contato com as pessoas. Acho que aí entra a minha veia política, sabe? Eu gostava daquilo. Esqueci um pouco o meu lado mulher, o meu lado carinhoso com o Fernando. E as pessoas começaram a dizer: "A Rosane está crescendo muito, está se sobressaindo, todo dia está nos jornais". E os artistas ligando, a Xuxa, Angélica, os Trapalhões, Lúcia Veríssimo, Alexandre Frota... Todos eles tinham aquela rejeição pelo Fernando, mas faziam campanha comigo. Então acho que foi um dos problemas também.

MC - Com quem você não entraria no elevador?
Rosane - Ah, meu Deus do céu! Vou falar a verdade. Só tem uma pessoa que eu não gostaria de entrar em lugar nenhum: é Thereza Collor. Não desejo mal e jamais falei dessa pessoa.

MC - Você não consegue perdoá-la?
Rosane - Não é perdoar. Quem sou eu para perdoar quem quer que seja? Mas é uma pessoa que eu não gosto de falar. Quando não gosto de uma pessoa, a melhor coisa a fazer é não lembrar, fazer de conta que não existe. Porque aí você não sofre, não guarda rancor. Ela vive a vida dela, eu, a minha, não me preocupo com o que ela faz ou deixa de fazer.

MC - Como você vê a atitude do Pedro?
Rosane - Não acho que ele foi o grande responsável.

MC - Não?
Rosane - Acho que numa fase da vida dele, Pedro foi, sim, responsável. Mas ele quis pedir perdão ao irmão quando estava no leito de morte. O Fernando se preparou para ir a Nova York. Mas ela não deixou. Fizemos de tudo para que os irmãos pudessem se perdoar, mas ela não permitiu. Acho uma coisa muito forte...

MC - E ele morreu...
Rosane - Foi triste, não foi? A gente pode fugir da justiça de todos, mas Deus não permite que a maldade prevaleça.

MC - Por que Pedro escolheu aquela hora para fazer suas denúncias?
Rosane - O Paulo César [o PC Farias] estava abrindo um jornal [que seria concorrente do jornal da família em Alagoas] e Pedro achava que o Fernando tinha que impedir que PC abrisse...

MC - Justiça seja feita, você não gostava do PC.
Rosane - Não gostava.

MC - PC disse à sua tia que era ele quem pagava suas contas?
Rosane - "Ô xente! E desde quando é que Paulo César está pagando as minhas contas?" Perguntei para os dois, Fernando disse que era mentira e Paulo César falou que nunca tinha dito isso. Mas não foi por causa disso que eu discuti com o PC, não. Eu disse para o Fernando que tinha ouvido uns comentários de que o PC estava interferindo em algumas áreas e que estavam comentando. Aí o PC falou: "Ah, se tudo que comentarem for verdade..." E Fernando disse: "Ah, é mentira! Inventam tudo!"

MC - Como você vê o PC na vida do seu marido?
Rosane - Paulo César foi uma pessoa que ajudou Fernando na parte de arrecadar recursos para a campanha dele.

MC - Mas continuou arrecadando e não parou ...
Rosane - Não continuou não, gente. Loucura! Depois Fernando mal tinha contato com Paulo César, mal via o PC.

MC - E os cheques fantasmas ?
Rosane - Ah, isso eu não sei. Dessa parte eu não sei de nada. Não sei como ficou a situação de Paulo César. Sei que a Justiça inocentou Fernando de todas as acusações que fizeram contra ele. Ele ganhou no Supremo Tribunal Federal por cinco votos contra três. Então as pessoas têm de aceitar que a verdade é a verdade. Ela é pura e cristalina.

MC - A verdade tem muitos lados.
Rosane - Tudo o que estou dizendo é a pura verdade. Estou abrindo meu coração. Passei sete anos sem abrir a boca, de tanto pavor. Você pode ver que não tem em nenhum jornal, nem fora do país. Eu me negava. Abri uma exceção no aniversário de Fernando, por livre e espontânea pressão, porque ele me pediu para fazer. Mas já aviso, essa é a primeira e última entrevista em que falo desses assuntos. Nas próximas, só falo da vida pós- impeachment.

MC - De volta para o inferno.
Rosane - É terrível. Não agüento mais tocar nesses assuntos. É triste, viu. Gente, o passado passou, acabou. E uma nova vida está surgindo.

Rosane e Fernando Collor

Está no ar o teaser oficial da minissérie! Veja abaixo o que vem por aí a partir do dia 06 de Julho:

http://www.youtube.com/watch?v=CmDHLz6iiSI